Oito deputados da base governista votaram contra o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, na tarde de terça (19), ao defenderem a mudança da meta fiscal para o Orçamento de 2024 para 1% do Produto Interno Bruto (PIB). A votação em que acabou prevalecendo o objetivo de zerar o déficit das contas públicas evidenciou o racha no governo entre alas a favor de contas no vermelho e outras com equilíbrio.
Entre os que votaram contra a meta zero está o próprio candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), e deputados do PT e do PCdoB. Eles defenderam mudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas a maioria dos parlamentares rejeitou a alteração.
Além de Boulos, votaram a favor da mudança os deputados Lindbergh Farias (PT-RJ), a vice-líder do governo Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Tarcísio Motta (PSOL-RJ), Bohn Gass (PT-RS), Renildo Calheiros (PCdoB-PE) e Daniel Almeida (PCdoB-BA).
Por outro lado, deputados do Centrão e da oposição votaram a favor de Haddad para manter a meta de zerar o rombo nas contas públicas.
A meta do ministro Fernando Haddad para zerar o rombo nas contas públicas colocou alas do governo em rota de colisão, com o presidente Lula, parte do PT e de outros partidos da esquerda de um lado defendendo um déficit para o próximo ano. Lula chegou a dizer, em outubro, que a meta “não precisa ser zero”, enquanto que Jandira classificou como um “torniquete do pescoço do próprio governo”.
Gleisi também chegou a adotar o mesmo tom de Lula, afirmando que o resultado zero “exigirá um forte contingenciamento [...] não há necessidade de fazermos isso em um quadro que precisamos estimular o crescimento econômico”.
Mais recentemente, no começo do mês, ela e Haddad voltaram a divergir sobre a meta fiscal, em que a presidente do PT defendeu um déficit de 1% a 2%. Haddad discordou da posição da correligionária.
Passada a LDO, o Congresso vota a Lei Orçamentária Anual (LOA) nesta quinta (21), em que serão detalhados os gastos do governo no próximo ano. A votação ocorrerá após o Senado terminar de votar os projetos que promovem um aumento na arrecadação, entre eles o da subvenção do ICMS nos estados na tarde desta quarta (20).
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