A possibilidade de agravamento da crise econômica levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a recomendar aos ministros da área econômica, na reunião semanal de coordenação política, "que não deixem faltar crédito" para nenhum setor. Lula mostrou-se preocupado também com o crédito à pessoa física. "O presidente pediu para ficarmos atentos. Ele pediu para que nós cuidemos do crédito e afirmou: Olha, o Natal está chegando", relatou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O temor central do presidente é que a crise esfrie o ritmo dos investimentos na economia e aborte o ciclo de crescimento econômico sustentado. Manter os canais de crédito abertos é a melhor forma de evitar esse problema. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou a estratégia do governo: "Será assim: se surgir o problema vamos enfrentá-lo, os que já se apresentaram estão sendo enfrentados e, por causa disso, temos condições de garantir que a economia brasileira continuará em trajetória de crescimento sustentável." Avaliou-se que as áreas mais afetadas pela falta de crédito são os setores exportador e agrícola e os bancos privados que fornecem capital de giro para empresas. Pode também faltar dinheiro no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal financiador dos grandes projetos da indústria e da infra-estrutura. Todos os esforços da equipe são para contornar esses problemas. O presidente recomendou ainda aos seus ministros que conversem com empresários, banqueiros e representantes do comércio para ter uma visão mais clara do impacto da crise na economia real e as perspectivas desses agentes para 2009. Apesar das preocupações, Lula assegurou que "não tem pacote" de medidas para amenizar os efeitos da crise financeira internacional no Brasil. Mantega brincou: "Tem pacote, sim. Mas é nos Estados Unidos."
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