Novas áreas Roupas e cosméticos também podem ser sustentáveis
A crescente cultura da produção orgânica no vestuário subiu às passarelas da 22.ª São Paulo Fashion Week, realizada no fim de janeiro com o tema "sustentável". Quem melhor cumpriu o figurino foi a grife Osklen, que desfilou peças em algodão orgânico. Outro ramo de produtos de consumo que vêm sendo explorados com a bandeira orgânica são os cosméticos, nicho já descoberto pela curitibana Chá Mate Triunfo. A empresa produz mate verde e tostado e recentemente passou a fornecer para nove países que apreciam não apenas o sabor exótico da erva, mas a utilizam como matéria-prima para produtos de higiene. Presente na Biofach, a empresa busca fortalecer o chá orgânico em sachê. As características da erva-mate que permitem usá-la como cosmético também já foram aproveitadas por empresas locais, como a EssenciAll Brasil e o laboratório Heide. (HC)
Todo ano Nuremberg tem seus dias de "meca dos orgânicos". De hoje a domingo, a cidade do sul da Alemanha sedia a Biofach, maior feira internacional deste segmento, que repudia o uso de agrotóxicos e adubos e fomenta a produção sustentável. Antes dominados por alimentos, agora os estandes exibem novos produtos, como roupas de algodão orgânico. Um dos fornecedores da fibra é a associação Aproap, de Cruzeiro do Oeste (noroeste do estado), que representa o Paraná na feira ao lado de outras três empresas metade dos representantes da edição de 2006.
O algodão produzido no estado tem muita procura internacional. "Se produzissem cem vezes mais, venderiam tudo", acredita o consultor do Sebrae em Londrina, Cláudio Pinheiro. Um consórcio de quatro empresas arremata as 50 toneladas anuais de algodão em caroço. Como este negócio está garantido, a Aproap foi à Alemanha para fortalecer o contrato de venda de acerola, cujo comprador holandês leva hoje 300 toneladas por ano. Este segmento deve receber em 2007 investimentos de R$ 700 mil em uma unidade de transformação da fruta em polpa, processo que hoje é terceirizado.
O diretor, Pedro Marangoni, embarcou com representantes de outras 34 empresas, associações e cooperativas brasileiras que expõem na feira este ano, com o apoio da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) do governo federal. "O reforço da imagem do país como produtor de qualidade e detentor de processo de certificação rigoroso é o principal interesse da agência", diz Juarez Leal, coordenador da agência, que paga 80% dos gastos dos expositores com estande, degustação de produtos, organização, comunicação visual, happy hour para compradores e publicidade.
Os produtores de orgânicos do Paraná colheram uma safra de 45 mil toneladas em 2006, 85% das quais foram exportadas. A proporção é ainda maior na Tozan Alimentos Orgânicos, fábrica de Ponta Grossa (Campor Gerais), que vende soja in natura, em farelo e óleo bruto para 18 países, que compram quase toda a produção de cerca de 660 toneladas mensais. "Participamos da Biofach para garantir novos contratos", explica o gerente José Antônio Barbosa. O produto é muito procurado para alimentação humana por ser fonte de proteínas livre de colesterol e gordura saturada, e também para alimentação de animais da cadeia de carne orgânica.
Outra participante da feira é a Apomop, associação de seis municípios da região Oeste onde 74 produtores formam consórcio para exportar dois terços da soja plantada. O restante também tem contratos fixos com a fábrica de biscoitos e cereais Jasmine e a suíça Gebana, que tem parceria com a prefeitura de Capanema. Já a produção de café da safra passada ainda tem estoques. "Vamos tentar comercializar o que sobrou e a próxima safra na Biofach", espera o secretário de agricultura de Iracema do Oeste, Jairo Raizi.
Outros produtos levados pelo Brasil são cachaça, guaraná em pó, açúcar e novidades como a polpa de açaí, suco de tangerina, melancia, cajuína, óleos amazônicos e doce de umbu. Em outubro, a Biofach América Latina ocorre em São Paulo. As outras edições são realizadas em Tóquio, Baltimore e Xangai.
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