Douradina Logo na entrada do estacionamento da Móveis Gazin, varejista e atacadista de móveis e eletrodomésticos instalada na pequena Dou-radina, no Noroeste do Paraná, uma grande placa informa o quanto a companhia pagou em impostos em 2006. Atualizada diariamente, ela informava no dia 31 de maio que a empresa já havia recolhido mais de R$ 33 milhões desde o início do ano.
É muito mais do que os R$ 4,4 milhões que a prefeitura local consegue arrecadar em um ano inteiro. Não é exagero dizer que a vida de Douradina gira em torno da empresa, fundada em 1966. Dos 2.126 funcionários, cerca de 720 quase 10% da população atual moram na cidade, 200 deles na fábrica de colchões e 70 na de móveis. Outras 700 pessoas trabalham em fornecedores da Gazin instalados na própria cidade.
Até a década de 70, grande parte dos 25 mil habitantes estava envolvida com a agricultura, especialmente nas plantações de café, mas a "geada negra" de 1975 e a conseqüente decadência da atividade fez com que quase 20 mil pessoas fossem embora. "Depois disso, a Gazin acabou contribuindo para que a população crescesse para os 8 mil habitantes de hoje", conta Antônio Gazin, diretor comercial e um dos cinco irmãos que dirigem a empresa desde que o pai, Alfredo, deixou o negócio. Quem ficou no comando foi Mário Valério aliás, o responsável por convencer seu Alfredo a comprar a loja de uma varejista que estava em crise.
Aos 57 anos, Mário é tratado por seus funcionários como um pai, e gosta de chamá-los de filhos. Exigente no cumprimento das metas estampadas nos cartões de visita e até nas peças íntimas que os funcionários ganham de presente no início do ano , ele sabe recompensar os esforços bem-sucedidos. Volta e meia, prepara ele mesmo almoços para os trabalhadores. Quem quer fazer curso universitário ganha um incentivo, e os já graduados podem fazer um MBA na universidade corporativa da empresa. Ou seja, se a maior dificuldade era encontrar pessoal qualificado na região, a Gazin promoveu, por conta própria, a formação de seus empregados.
Não é à toa que a empresa é presença cada vez mais comum nos anuários de melhores empresas para se trabalhar no país, publicados por veículos como a revista "Exame" e o jornal "Valor Econômico". Tanto que, no dia da visita da Gazeta do Povo, Mário não estava na sede da Gazin havia viajado para São Paulo, onde receberia mais um desses prêmios.
Quando seu irmão Antônio mostrou onde era a mesa do "chefe", foi possível conferir outro traço marcante de Mário Valério: o desprendimento. A única diferença notável em relação a todas as outras dezenas de mesas espalhadas pelo salão administrativo que não tem divisórias era a cadeira, mais alta e confortável.
A intenção é permitir outra prática muito incentivada na Gazin: que cada um dê sugestões e faça reclamações sempre que achar necessário se quiser, diretamente ao presidente. "Seu Mário não fica fechado numa sala. É só chegar e falar com ele", diz Emerson Ribeiro, encarregado de produção da fábrica de colchões.
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