Quando as portas do Rock in Rio se abrem, um efeito cascata de muita adrenalina toma conta de todos os envolvidos no evento. Os fãs correm para garantir um lugar em frente ao palco principal; os trabalhadores da Cidade do Rock entram num ritmo frenético para dar conta de um público médio diário de 100 mil pessoas; e quem coordena tudo fica atento aos imprevistos. Na cabeça do empresário que assiste ao megaevento, pode ocorrer a dúvida: como isso dá certo há tantos anos?
Na semana do Rock in Rio, um grupo de executivos passou o dia com os líderes da empresa de entretenimento em um “intensivão” de palestras e entrevistas. O evento paralelo sobre os segredos do Rock in Rio, realizado em parceria com a HSM Educação Corporativa, nasceu da grande demanda de palestras que os executivos recebiam para falar sobre a administração e processos do RiR e como ele se mantém há tanto tempo e com uma força capaz de vender ingressos antes mesmo de o público saber as atrações.
A vice-presidente de Learning Experience do Rock in Rio, Agatha Arêas, listou cinco dicas exclusivas que estão no DNA da gestão do evento para profissionais e empresários aplicarem em suas empresas.
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A primeira dica é ter visão e conseguir enxergar o que a maioria ainda não viu. Por exemplo, neste ano, o lançamento do Espaço Favela foi fortemente criticado no início, especialmente nas redes sociais, mas, depois do primeiro dia de evento, se tornou um dos pontos mais bem comentados do evento.
O espaço, cujo cenário reproduz o visual de uma favela, conta com uma programação de atrações oriundas das comunidades do Rio, como funk, baile charme e grupos de teatro. Além da música, há uma área de alimentação, feita em parceria com o Sebrae, onde microempreendedores das comunidades vendem os seus produtos.
“É preciso exercitar a cultura da inovação e a construção do futuro a partir do presente. Isso significa assumir riscos, tentar coisas novas”, diz a executiva lembrando que, além de se arriscar em novas ideias, existe sempre o risco financeiro.
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No caso do RiR no Brasil, no entanto, os riscos são menores. Praticamente todos os ingressos são vendidos antes, o que não acontece em outros países. “ Na Espanha, Estados Unidos e em Portugal, vende-se até o último minuto”, aponta Ágatha. Por isso, a segunda orientação para que as apostas sejam as mais precisas possíveis é um planejamento detalhado e sem brechas.
“O planejamento é a forma de minimizar os riscos. E, para isso, ter uma equipe boa e ágil é fundamental. Quando acontece uma mudança de rota, todos conseguem se readequar e seguir, ainda que não com o plano original”, reforça a executiva.
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O time é um outro ponto que leva para a terceira dica: liderança. Pode parecer piegas, mas um grande desafio, segundo ela, é engajar as equipes a ponto de que o funcionário cuide do negócio como seu. “O gestor tem que inspirar e não só liderar. Quando ele conquista sua equipe, o profissional se sente um pouco dono e faz com mais cuidado, maior comprometimento. Faz diferença. Ele se sente parte de onde está inserido”.
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Outro pilar da gestão para qualquer empresa, valorizado pelo Rock in Rio, é o uso das plataformas digitais para conectar e, a partir disso, gerar parcerias. Esta, diz Ágatha, é a dica de ouro: “A plataforma é um terreno fértil para falar de propósitos, alinhar interesses e cultura e criar negócios. Hoje em dia não basta estar na rede social ou conectado. Tem que estar interligado com outras marcas e interagir”.
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Por fim, as parcerias. Não basta pôr dinheiro. Para não se queimar com o cliente lá na frente, além da qualidade e comprometimento da entrega do produto ou serviço, é importante que os parceiros tenham um alinhamento de propósitos para que a marca se mantenha perene e não acabe no próximo domingo, quando a última banda subir ao palco. “É como uma engrenagem. Você tem que buscar quem queira construir algo bacana com você”. Um exemplo foi o estande da Doritos, que neste ano mergulhou na diversidade, e da Natura, com ações de sustentabilidade.
A versão streaming do treinamento para executivos preparada pelo Rock in Rio Academy está disponível até o dia 31 de outubro nas plataformas digitais, pelo valor de R$ 99, com 12 horas de conteúdo, que podem ser vistos dentro de sete dias a partir da compra. Futuramente a ideia é que o RiR tenha um complexo de educação, com várias frentes, voltado para o entretenimento – o edutainment.