Cingapura é o representante da Ásia entre os pequenos países que se destacam nos níveis de desenvolvimento.| Foto: Reuters/Edgar Su

O tamanho de um país importa para o seu desenvolvimento? Aparentemente, sim. Um estudo do Credit Suisse publicado recentemente mostra que há uma série de fatores que colocam países pequenos em vantagem diante das grandes nações. Os economistas do banco suíço elaboraram um índice que mede a "força" de cada país. Ele é uma combinação do índice de desenvolvimento humano (IDH), do Índice de Infraestrutura Intangível (que envolve coisas como estabilidade política, investimento em pesquisa e educação), de um índice que mede a abertura comercial, da volatilidade econômica e de um índice de governança. Os cinco primeiros colocados:

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1. Suíça (pequeno)

2. Hong Kong (pequeno; cidade-Estado chinesa, em zona administrativa especial)

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3. Cingapura (pequeno)

4. Dinamarca (pequeno)

5. Holanda (médio)

Assim, quatro dos cinco países com economias mais fortes, melhor governança e qualidade de vida são pequenos, segundo a metodologia usada pelos economistas. Os achados mais interessantes, no entanto, não estão no topo do ranking, mas no que a lista agregada nos mostra. Na média, países pequenos têm um índice de força mais alto do que países grandes e médios (estes têm o pior desempenho). Eles têm sistemas de educação e saúde melhores, têm mais acesso à tecnologia e só ficam atrás quando o tema é oferta de serviços financeiros.

Segundo a pesquisa, há um ciclo virtuoso comum a muitos países pequenos que envolve melhor governança, que leva à oferta de serviços públicos melhores (a tal infraestrutura intangível) e que, no fim, leva à uma qualidade de vida melhor. As pequenas nações são também mais abertas ao comércio e integradas à globalização, como é de se esperar de quem não consegue produzir em casa tudo o que precisa. Por isso, a proporção de países pequenos com IDH médio ou alto é maior do que entre as grandes nações.

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Há também um fator cultural que é assinalado na pesquisa. Nações pequenas tendem a ser mais homogêneas (em questões étnicas, religiosas e linguísticas), o que está correlacionado com o seu desenvolvimento.

Ser pequeno não significa sucesso imediato. Países mais antigos tendem a ter resultados melhores, pois já têm instituições consolidadas e testadas. Os dois países com os piores índices são jovens e pequenos: Eritreia e Sudão do Sul.

O que um país gigantesco como o Brasil pode aprender com os pequenos líderes globais? Primeiro, que é preciso investir mais em intangíveis, como educação, saúde e pesquisa científica. Segundo, que é preciso aprimorar a governança. Países pequenos investem mais em intangíveis, apesar de cobrarem menos impostos. Terceiro: a globalização é uma força positiva. O Brasil tem muito a ganhar se souber se integrar às cadeias globais de produção. Um exemplo de país grande que segue a receita? O Reino Unido é o sétimo do ranking.