Curitiba Os supermercados de Curitiba oferecem os preços médios mais baixos em comparação com os das maiores capitais brasileiras, de acordo com uma pesquisa divulgada ontem pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste). O estudo traz dados interessantes para quem leva a sério a pesquisa de preços: a loja mais barateira da capital paranaense é o Condor da rua Nilo Peçanha, no bairro Bom Retiro. Entre as redes, porém, as campeãs do preço baixo são Big e Carrefour. Um consumidor curitibano pode economizar de R$ 570,00 a R$ 820,00 por ano se comprar nos estabelecimentos certos.
O levantamento foi feito em abril em sete capitais do país. A Pro Teste pesquisou 70 mil preços em 500 mercados de Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Nesses estados concentram-se 80% do faturamento das redes de supermercado de todo o país, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O campeão da carestia é o Rio de Janeiro. Já a loja menos careira fica em Salvador. A diferença de preços entre as capitais carioca e baiana pode chegar a 78%.
Entidade sem fins lucrativos, a Pro Teste pretende ajudar o consumidor a fazer economia, já que as compras em mercados comprometem um terço do orçamento doméstico, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para elaborar o estudo foram criadas duas cestas de produtos, com base na pesquisa de orçamentos familiares do IBGE, que lista os artigos mais consumidos por uma típica família brasileira. A cesta 1 representa o consumo de quem escolhe os produtos pela marca e contém 95 itens líderes de mercado. Ela é dividida em três categorias: "mercearia" (alimentos não-perecíveis, bebidas e produtos de bazar); "higiene e limpeza"; e "sem carne, frutas e legumes" (para consumidores que preferem comprar carne no açougue e frutas e legumes em mercearia). A cesta 2 engloba o consumidor que escolhe pelo preço mais baixo, e reúne 83 produtos. Ela é constituída da mesma maneira que a cesta 1, e não inclui carne, peixe, frutas e legumes.
Para calcular o preço de cada cesta não foram somados os preços dos produtos. Foi feita uma ponderação, já que as pessoas consomem mais arroz do que azeite de oliva, por exemplo. Assim, o arroz ficou com um peso de 5,29% no preço da cesta, enquanto o azeite ficou com 0,21%. No fim das contas, as lojas mais bem classificadas são as que vendem mais barato os produtos mais consumidos.
Pela metodologia utilizada, os supermercados mais baratos servem como pontos de referência e recebem o índice 100 (veja tabela). Para definir quais e quantos estabelecimentos seriam visitados foram analisados dados da Abras. Dessa forma, foram pesquisados principalmente supermercados (que respondem por 55% do faturamento do setor) e hipermercados (44%). Mesmo assim foram observados também os preços de lojas de conveniência e mercearias.
"Apesar da pesquisa ter sido feita em abril ela não perde a validade, pois é composta de índices, que são muito mais estáveis do que preços. Se fizéssemos uma coleta de preços hoje, os índices seriam muito semelhantes, porque a pesquisa revela as políticas de preços dos mercados", explica Cristiane Souza, coordenadora do levantamento.
O fato de Curitiba ser a cidade que tem a média de preços mais baixas da pesquisa deve-se ao grande número de estabelecimentos existentes. A opinião é de Valmor Roveris, superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras). "Enquanto Porto Alegre tem um supermercado para cada 240 mil habitantes, Curitiba tem um para cada 120 mil, o que gera uma concorrência muito grande", explica. A opinião é compartilhada pelo diretor comercial da rede Condor, Jefferson Fidélis. "Curitiba tem o maior número de caixas por habitante", diz.
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