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INOVAÇÃO

Os segredos das startups que passaram pela “peneira” da crise

Da esquerda para a direita: Leandro Bassoi, diretor do Mercado Envios;  Guilherme Reitz, fundador da Axado; e Helisson Lemos, presidente do Mercado Livre Brasil: aquisição de R$ 26 milhões | Divulgação
Da esquerda para a direita: Leandro Bassoi, diretor do Mercado Envios; Guilherme Reitz, fundador da Axado; e Helisson Lemos, presidente do Mercado Livre Brasil: aquisição de R$ 26 milhões (Foto: Divulgação)

A Nubank, startup brasileira que oferece cartão de crédito sem anuidade e que já levantou US$ 99 milhões em investimentos, está longe de ser um ponto fora da curva no cenário nacional de empresas inovadoras. Com o amadurecimento do “ecossistema” empreendedor no país, ficou mais fácil encontrar exemplos de startups que passaram pela peneira da crise e do aumento da concorrência.

São empresas como Axado, Conta Azul, Easy Taxi, PSafe e 99Taxis que apresentam taxas elevadas de crescimento e atraem investidores ao mesmo tempo que aumentam a sua base de clientes de forma exponencial. Em comum, elas possuem um modelo de negócio bem estruturado que se propõe a resolver ou simplificar problemas reais enfrentados por um grupo de pessoas ou empresas.

Confira algumas dessas startups de sucesso

Segundo dados da Associação Latino Americana de Private Equity and Venture Capital, o Brasil é o país que mais recebe investimentos de capital de risco na América Latina. As empresas daqui embolsaram US$ 1,32 bilhão entre 2011 e 2015 em aportes financeiros distribuídos por 376 rodadas. Os aportes são um dos principais mecanismos de validação de uma startup.

O número alto de investimentos realizados no país nos últimos anos vai de encontro ao amadurecimento do ecossistema empreendedor local. “No passado, só empreendia quem não tinha opção. Hoje, as pessoas querem empreender, estão mais preparadas, existem mais investidores e instituições de fomento”, diz Juliano Seabra, diretor geral da Endeavor.

Com mais investidores, instituições de fomento e exemplos de sucesso, montar uma startup ficou mais fácil – por outro lado, se manter em um mercado altamente competitivo ficou mais difícil. “Antes, as dificuldades eram colocar sua startup para funcionar e trazer usuários”, diz Romero Rodrigues, sócio da Redpoint e.Ventures e fundador do Buscapé. “Hoje, o desafio é ter uma estratégia muito sólida para crescer muito rápido”, completa.

Essa mudança de cenário acelerou a derrocada daquela miríade de aplicativos sem propósito com o único objetivo de ganhar dinheiro. No lugar, ficaram as startups que atuam em mercados com grande potencial de faturamento e crescimento – como o setor de Tenologia da Informação (TI) – e que possuem equipes multidisciplinares, processos ágeis e estruturas enxutas.

Rodrigues explica que as empresas que estão melhores posicionadas no mercado nunca deixam a curva de crescimento no mesmo patamar. O ideal é crescer entre 20% e 30% ao mês em receita, de acordo com o empreendedor Alessio Alionço, fundador da Pipefy, startup curitibana que oferece uma plataforma de gestão para pequenas e médias empresas.Para alcançar esse patamar, as startups têm uma vantagem em relação às demais empresas. Por contarem com equipes pequenas, desenvolverem soluções na nuvem e não possuírem ativos, elas conseguem oferecer um preço mais competitivo do que os negócios tradicionais. Outra vantagem é terem uma política de mudança constante, adaptando seus produtos e serviços às exigências dos clientes.

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