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Finanças pessoais

Oscilação testa pequeno investidor

Arlineu Ribas, que mantém 20% dos seus recursos em ações: visão de longo prazo e aposta nas “blue chips” Vale e Petrobras. | Rodolfo Bühers/Gazeta do Povo
Arlineu Ribas, que mantém 20% dos seus recursos em ações: visão de longo prazo e aposta nas “blue chips” Vale e Petrobras. (Foto: Rodolfo Bühers/Gazeta do Povo)
Pequeno financês ilustrado |

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Pequeno financês ilustrado

O estudante Tiago Pedro Hippler, de 23 anos, decidiu mudar seus investimentos há duas semanas. Aconselhado por amigos, procurou uma corretora e abriu uma conta para comprar e vender ações pela internet, no sistema chamado de home broker. Ao deixar a poupança, segura mas com rendimento limitado, ele deu um passo que é cada vez mais freqüente. Hoje, cerca de 10% do movimento da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) está nas mãos de investidores que usam o home broker. A crise global que devasta bolsas ao redor do globo extrapolou o mundo dos ricaços de Wall Street. É assunto de gente comum.

As últimas quatro semanas de turbulência foram um teste duro para quem entrou na última leva de popularização da bolsa. O investidor que compra e vende suas próprias ações está sujeito a entrar em pânico ao ver as economias encolherem e a ter dificuldade em controlar o desejo de reverter os prejuízos rapidamente. "Alguns investidores com perfil muito agressivo perderam quase tudo nos últimos dias. Mas são exceção", diz Eduardo Zagonel, sócio da Investflow, uma assessoria financeira de Curitiba que atende pequenos e médios investidores. "Não vejo muito desespero, mesmo entre quem não tem muita experiência."

Tiago Hippler diz estar empolgado com o novo investimento. Todos os dias conecta o computador ao home broker e verifica como estão as ações que escolheu para começar sua carteira. Investiu na Bematech, firma de Curitiba que produz emissores de cumpons fiscais. "Conheço a empresa, vi que as ações caíram muito e comprei. Quero investir um pouco mais", afirma. Como é iniciante no negócio, Hippler tem ainda de montar uma estratégia de diversificação, conselho dado por especialistas na área.

"O melhor é nunca colocar todo o dinheiro em uma só ação", diz Gustavo Deodato, diretor comercial da corretora Petra. Segundo ele, a compra de papéis de empresas em áreas diferentes fazem com que o risco se dilua. A escolha das ações é facilitada por recursos oferecidos pelas corretoras e com alguma leitura especializada. "Podem-se ver os fundamentos da empresa, como seus balanços e notícias sobre seu desempenho, e os gráficos das cotações", explica.

O engenheiro aposentado Arlineu Ribas já tem intimidade com esses recursos. Há dois anos, quando se preparava para a aposentadoria, fez um curso para aprender a lidar com o mercado de ações. Agora, mantém cerca de 20% de suas economias na bolsa, um porcentual que considera seguro para não precisar vender ações na baixa, e acompanha o mercado diariamente na tela do computador. Quando a crise fez a Bovespa despencar, Ribas mudou sua carteira. "Vendi algumas ações com prejuízo mesmo e concentrei as compras em empresas que acho melhores". Entre elas, a Petrobras e a Vale, as mais negociadas da Bovespa.

Investidores inexperientes também são aconselhados a adotar uma visão de longo prazo. "Não adianta esquentar, a crise está no ápice. Só que ao longo dos anos a bolsa tem dado retorno maior do que a renda fixa", diz Mauro Meroni, um investidor que junto com a esposa fechou uma pequena empresa de materiais de análise clínica para se concentrar na bolsa. Os dois têm uma carteira com ações de primeira linha e não se arrependem da escolha. "Hoje sou sócio de boas empresas."

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