Os advogados da OSX, do empresário Eike Batista, passaram o dia acertando os últimos detalhes da recuperação judicial da empresa, que seguirá o mesmo caminho da petroleira OGX. Eles planejavam entrar com o pedido ainda nesta quinta-feira (7), mas foi preciso postergar a decisão por conta de acertos finais com os credores da instituição. Até a publicação dessa matéria, a previsão era que o pedido fosse protocolado amanhã ou na segunda-feira (11).

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A recuperação judicial da companhia envolverá apenas a unidade de serviços e de construção naval. A OSX Leasing, com sede no exterior e dona das plataformas da companhia, ficará de fora.

Eike tentou evitar a recuperação judicial da OSX, para não prejudicar os bancos credores, mas a pressão dos fornecedores foi muito forte. A empresa já tem dezenas de protestos feitos na Justiça, que podem resultar em um pedido de falência. As bases do plano de recuperação da empresa foram fechadas na terça-feira, quando a companhia selou um acordo para prorrogar por um ano empréstimos de curto prazo que somam quase R$ 1 bilhão.

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Os financiamentos, concedidos por Caixa e BNDES, têm os bancos Votorantim e Santander como garantidores. Ficou acertado que essa dívida só será paga agora em outubro do ano que vem.

A Caixa firmou novo contrato, prorrogando o pagamento dos R$ 461 milhões devidos pela empresa. Já o BNDES, cujo empréstimo vence no próximo dia 15, ainda analisa se irá exercer as garantias e reaver os cerca de R$ 550 milhões que concedeu à OSX.

O acordo selado na terça-feira (5) prevê, contudo, que, caso isto aconteça, o Votorantim pagará o banco estatal, assumindo o crédito com a empresa, mas só o cobrará da OSX no ano que vem.O plano prevê ainda que Santander e Votorantim, além de assegurarem a carência no pagamento dos financiamentos, aportem R$ 20 milhões na companhia após a recuperação judicial. Eike Batista, que detém 66,7% da OSX, injetará outros R$ 100 milhões.

O dinheiro é necessário para que a OSX sobreviva ao processo de recuperação. Mesmo com o pedido aceito pelo juiz, ela não pode quebrar enquanto prepara seu plano de reestruturação. Executivos próximos a Eike analisam a possibilidade de, no futuro, propor a fusão entre a petroleira e empresa naval. A missão, contudo, é das mais difíceis. A avaliação por enquanto é que isso só seria possível após a apresentação do plano de recuperação judicial das duas empresas aos seus credores.