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OSX, outra empresa de Eike, entra com pedido de recuperação judicial

A empresa naval OSX, do empresário Eike Batista, acaba de protocolar seu pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

As dívidas da empresa chegam a R$ 4,5 bilhões, o que coloca seu processo de recuperação entre um dos maiores já feitos no país.

Entre os principais credores, estão Caixa e BNDES e os fornecedores Acciona e Techint. No caso dos bancos públicos, a dívida somada chega a R$ 1,6 bilhão. Boa parte desse valor, no entanto, está garantido por Votorantim, Santander e BTG Pactual.

A companhia segue o caminho da petroleira OGX, sua principal cliente, que pediu proteção à Justiça no dia 30 de novembro para não pagar dívidas de R$ 11,2 bilhões. Com o cancelamento das encomendas de navios da OGX, a situação da OSX se deteriorou rapidamente.

Mas, ao contrário da petroleira, cujas dívidas chegam ao dobro dos seus ativos, a OSX calcula que sobrarão cerca de R$ 2 bilhões após a venda de plataformas, imóveis, equipamentos do estaleiro e o recebimento do dinheiro devido pela OGX por conta da rescisão de contratos.

O problema é que falta fluxo de caixa à companhia e é necessário mais tempo para vender suas plataformas. A OSX tenta há meses encontrar compradores para esses equipamentos, mas nada foi fechado até o momento.

A OSX pediu recuperação judicial apenas para suas empresas no Brasil, que estão divididas entre as unidades de serviços e o estaleiro situado no porto do Açu, em São João da Barra, no litoral fluminense. As subsidiárias no exterior, que são donas das plataformas de petróleo, ficam de fora da recuperação judicial.

As dívidas das plataformas, no entanto, acabaram entrando na recuperação, porque os bancos que financiaram sua construção receberam em garantia os ativos da empresa no Brasil.

A manobra de deixar as subsidiárias fora do processo permite que a empresa tente vender as plataformas para começar a pagar as dívidas.

A "fila" de credores para receber o dinheiro da venda é encabeçada por bancos e detentores de títulos no exterior, que concederam financiamentos para a construção das plataformas.

Em seguida, estão os bancos Votorantim e Santander, com quais a empresa negociou garantias atreladas às plataformas para que aceitassem renovar empréstimos de curto prazo que somam R$ 1 bilhão e colocar mais R$ 20 milhões de dinheiro novo. Essas garantias, no entanto, terão de ser aprovadas pelo juiz.

Os fornecedores, como a Techint e a Acciona, ficam em situação mais complicada. Essas empresas terão que aguardar o plano de reestruturação do estaleiro para receber. A OSX tenta parcerias com a espanhola Dragados, a brasileira Asgaard e ainda um terceiro investidor, cujo nome vem sendo mantido em sigilo, apurou a Folha de S.Paulo.

A empresa vai solicitar que os processos de OGX e OSX fiquem a cargo do mesmo juiz, para que as decisões sejam tomadas simultaneamente.

Equipe

Na sexta-feira passada (8), a OSX anunciou a saída do presidente, Marcelo Gomes, e sua substituição pelo diretor de construção naval da companhia, Ivo Filho, que acumulará os dois cargos. A demissão marcou a saída da Alvarez & Marsal, que coordenava a reestruturação da empresa desde meados deste ano, e a entrada da Angra Partners, que já lidera o processo de recuperação da OGX.

A recuperação judicial da OSX está a cargo do escritório Galdino & Carneiro, enquanto o escritório Sérgio Bermudes trabalha na OGX. Ambos os processos são coordenados pelo escritório Mattos Filho.

Demissões

A OSX também confirmou nesta segunda-feira o corte de cerca de 100 funcionários. As demissões foram feitas na última sexta-feira, às vésperas do pedido de recuperação judicial da companhia, oficializado hoje. Com isso, a empresa tem agora pouco mais de 500 empregados.

A redução do quadro de funcionários faz parte do plano de reestruturação da OSX, que envolve ainda a devolução de metade do terreno que ocupa no porto do Açú, conforme antecipou a Folha de S.Paulo.

Inicialmente, a OSX planejava demitir até 40% de seu quadro de funcionários. Os cortes foram sendo protelados diante do alto custo das demissões para uma empresa que estava com grandes dificuldades de caixa.

As demissões, que já estavam programadas há meses, acabaram ocorrendo no mesmo dia que Eike afastou o presidente da companhia, Marcelo Gomes.

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