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Otimismo com Brasil protege Ibovespa da queda em NY

A bolsa brasileira escapou do desânimo de Wall Street nesta sexta-feira, subindo pelo segundo dia seguido, com predomínio de papéis cíclicos, em meio a perspectivas mais claras sobre a economia brasileira.

O Ibovespa avançou 0,19 por cento, a 64.340 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 6,05 bilhões de reais.

Papéis ligados à atividade doméstica se destacaram, como a varejista Lojas Renner, em alta de 4,12 por cento, a 61,43 reais, e a construtora Brookfield, com ganho de 2,92 por cento, a 8,80 reais.

"O mercado está tentando fixar um ponto de retomada", disse Guilherme Sand, gestor de fundos da Solidus Corretora que ajuda a gerenciar cerca de 900 milhões de reais em ativos.

Nos primeiros meses do ano, os setores mais expostos à economia local foram justamente os que mais sofreram, diante da incerteza dos investidores a respeito da política monetária --como a intensidade da alta dos juros, por exemplo.

Os dados recentes e o declínio das expectativas de inflação começaram a mudar o cenário, e as ações passaram a ser vistas pelos investidores, incluindo estrangeiros, como baratas.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,3 por cento no primeiro trimestre, número ainda considerado forte, mas é praticamente consenso de que a atividade já desacelera no segundo trimestre. O mercado de juros precifica apenas mais duas elevações pequenas na Selic, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou por ora a adoção de mais medidas macroprudenciais para restrição do crédito.

O mercado brasileiro contrastou com Wall Street, onde os índices Standard & Poor's 500 e Dow Jones caíram 1 e 0,8 por cento após mais um relatório decepcionante sobre a geração de emprego nos Estados Unidos.

O clima ruim no exterior, entretanto, impactou as duas empresas de mais liquidez no Ibovespa, também vulneráveis aos preços globais de commodities. Petrobras PN recuou 0,71 por cento, a 23,78 reais, e Vale PNA teve baixa de 0,49 por cento, a 44,49 reais.

Dentre os destaques individuais, Cemig subiu 4,11 por cento, a 30,87 reais, após anunciar a compra de ativos da Abengoa por 1,099 bilhão de reais.

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