O otimismo domina os mercados nesta segunda-feira em razão da divulgação de detalhes do plano do governo americano de resgate aos bancos nos Estados Unidos. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) intensificou ainda mais o movimento de alta no início da tarde e chegou a subir mais de 5%. Por volta das 15h, o Ibovespa, principal índice brasileiro, subia 4,71%, a 41.965 pontos. O volume de negócios é de R$ 3 bilhões. No mesmo horário, o dólar comercial recuava 0,13%, cotado a R$ 2,261. As bolsas americanas e europeias também registram alta. Na Ásia, os mercados fecharam com ganhos, mesmo antes do governo americano detalhar a medida, devido à expectativa do anúncio.

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O Tesouro dos Estados Unidos detalhou na manhã desta segunda-feira o plano para a compra de ativos podres dos bancos através de parcerias público-privadas. O governo vai usar de US$ 75 bilhões a US$ 100 bilhões do total de US$ 787 bilhões do pacote de ajuda do governo aprovado em outubro. Os recursos serão combinados com investimentos privados para permitir a compra de US$ 500 bilhões a US$ 1 trilhão em papéis tóxicos de instituições financeiras. A participação do setor privado é um dos pontos principais da proposta, que pretende livrar os balanços dos bancos dos ativos podres, ligados a hipotecas de alto risco, conhecidas como subprime. Isso permitirá que voltem a emprestar dinheiro para consumidores e companhias. O preço dos papéis podres será definido em um sistema de leilão feito pelos investidores privados, organizados em fundos de investimentos.

- O plano para retirar os ativos podres dos bancos dos EUA ainda não está completamente esclarecido, mas o detalhamento de hoje mostra que o governo americano está empenhado em conter a crise rapidamente - analisa Eduardo Roche, gerente de análise da Modal Asset.

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Outro fator que contribui para as o bom humor do dia foi a divulgação de dados sobre a comercialização de casa usadas nos EUA. Segundo a Associação dos Corretores de Imóveis americana, as vendas subiram 5,1% em fevereiro, maior alta desde 2003. A queda acentuada de preços explica o aumento das vendas.

As bolsas americanas também registram fortes altas. Às 15h (horário de Brasília), o índice industrial Dow Jones subia 3,99%, enquanto o Nasdaq, das ações de tecnologia, ganhava 3,68%. O S&P500 também avançava 4,04%. Na Europa, as bolsas fecharam com ganhos. O índice londrino FTSE tinha alta de 2,86%. Em Frankfurt, o Dax Xetra subia 2,65%, enquanto que, em Paris, o CAC-40 valorizava 2,81%.

O barril de petróleo apresenta alta de mais 3% em Nova York e Londres, negociado acima de US$ 53.

Bancos e construtoras apresentam as maiores altas

Entre os ativos de maior peso no Ibovespa, as ações preferenciais da Petrobras têm alta de 5,15%, a R$ 30,59, e as da Vale PNA ganham 4,32%, a R$ 28,27. As ações ON da BMF Bovespa sobem 6,76% a R$ 7,11.

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As construtoras e os bancos apresentam as maiores altas do dia. Os papéis PN do Bradesco sobem 5,53%, a R$ 22,70, e os do Itaú PN se valorizam em 8,32% a R$ 26,40. No setor de construção, Cyrela ON ganha 11,53%, a R$ 9,09, e Gafisa ON avança 11,56%, para R$ 11,39. Os papéis de construtoras também são influenciados pela expectativa do lançamento do pacote habitacional pelo governo brasileiro , além da previsão de novos cortes na taxa básica de juros do país, analisa Eduardo Roche.

As aéreas apresentam os piores desempenhos. Gol PN lidera as perdas, recuando 6,15% a R$ 7,32. A empresa, que anunciou no fim de semana prejuízo de R$ 1,4 bilhão em 2008, fará um aumento de capital via emissão de ações de R$ 203,5 milhões. Já TAM PN recua 2,77%, a R$ 14,37.

Os investidores brasileiros também repercutem o anúncio de recuperação da balança comercial. que já acumula superávit de mais de US$ 2 bilhões no ano.

Ásia fecha em alta com expectativa de anúncio de Geithner

Com a expectativa do anúncio de Geithner nos EUA, os investidores asiáticos pareceram não se abalar muito com o resultado do índice referente à confiança das grandes corporações do Japão, divulgado hoje pelo governo do país. O indicador veio negativo pelo quinto trimestre consecutivo e atingiu a baixa mais significativa desde 2004.

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Na mesma linha pessimista, o ministro das Finanças do Japão, Kaoru Yosano, afirmou no domingo em um programa de televisão que a economia japonesa deve continuar a retrair-se e precisará de cerca de 20 trilhões de ienes em novos gastos de estímulo.

Em Tóquio, o índice Nikkei 225 fechou em alta de 3,39%, aos 8.215,53 pontos. Em Hong Kong, a elevação do Hang Seng foi de 4,78%, alcançando 13.447,42 pontos. O Shanghai Composite, em Xangai, encerrou as operações com ganho de 1,95%, aos 2.325,48 pontos, enquanto em Seul, o Kospi avançou 2,44%, somando 1.199,50 pontos.