![Otimismo volta, e investidores entram com R$ 1,166 bi na Bolsa em junho | YASUYOSHI CHIBA/AFP](https://media.gazetadopovo.com.br/2016/07/54dcbc1596eff29d945545cbea2d0d71-gpLarge.jpg)
Depois de retirarem R$ 1,815 bilhão da Bovespa em maio, em um misto de realização de lucros e de cautela em relação ao governo do presidente interino Michel Temer, os investidores estrangeiros voltaram ao mercado acionário brasileiro em junho.
No mês passado, houve o ingresso líquido (saldo entre compras e vendas de ações) de R$ 1,166 bilhão de recursos estrangeiros. O movimento contribuiu para que o Ibovespa, o principal índice da Bolsa paulista, ganhasse 6,30% no período.
Com isso, no acumulado do ano, o superávit de capital externo na Bovespa subiu para R$ 12,641 bilhões.
Segundo analistas, vários fatores colaboraram para a retomada da confiança no mercado de ações brasileiro. O primeiro deles é a postergação do aumento dos juros americanos, depois de dados decepcionantes do mercado de trabalho nos Estados Unidos em maio.
No final de junho, com o “Brexit” (saída do Reino Unido da União Europeia), as apostas de que não haverá alta dos juros nos Estados Unidos foram reforçadas.
Além disso, há a perspectiva de que os bancos centrais vão adotar mais medidas de estímulo monetário para evitar uma maior desaceleração da economia global após a decisão dos britânicos de deixar a UE.
Os baixos juros no exterior e o aumento da liquidez mundial tornam o mercado brasileiro mais atraente, por causa das taxas de juros locais elevadas.
Sinais de melhora
A percepção é de que a economia brasileira parou de piorar, e as expectativas são de que as medidas de ajuste fiscal e as reformas no atual governo ganharão impulso caso o presidente Michel Temer deixe de ser interino, afirmam analistas. Isso ocorrerá se a presidente Dilma Rousseff for afastada definitivamente no processo de impeachment contra ela. O julgamento final no Senado está previsto para agosto.
Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora, ressalta que a melhora do ambiente interno vem sendo sentida desde o início do mês passado. “Estamos vendo movimentos de fusões e aquisições entre empresas, e há a perspectiva de que haverá uma onda de privatizações sob o governo Temer, o que atrairá ainda mais capital externo”, afirma.
Em maio, a forte saída de capital externo da Bolsa ocorreu porque, nos três meses anteriores, os investidores apostaram fortemente no afastamento da presidente Dilma Rousseff. Com a aposta ganha, houve um movimento de realização de lucros. Naquele mês, o Ibovespa caiu 10%.
Ao mesmo tempo, o governo do presidente interino Michel Temer estava começando, e o mercado optou pela cautela. Para completar, em maio, eram fortes os temores de alta dos juros americanos – percepção que se reverteu em junho.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião