Com alta de quase 20%, o ouro alcançou cotação recorde em agosto e tem a maior alta desde 2013. O preço é impulsionado pelo cenário de tensões geopolíticas (especialmente a guerra comercial entre EUA e China) e ainda por indicadores que demonstram uma tendência mundial de desaceleração na economia - que também vem fazendo a bolsa mergulhar e o dólar disparar.
Em meio às águas conturbadas e às nuvens escuras no horizonte, os investidores buscam no ouro um porto seguro, por ser "considerado ativo de menor risco", pontua Rafael Panonko, chefe de análise da Toro Investimentos. "Você vê uma maior saída de mercados emergentes (que tem maior risco, apesar do maior potencial de rentabilidade) e vê esses investidores buscando um pouco mais de segurança nos seus portfólios. Eles normalmente voltam com o capital para os Estados Unidos, para títulos públicos e, principalmente, para o ouro", destaca.
A liquidez imediata aparece como um dos principais motivadores da "aposta" no metal com ativo. Sobre as movimentações de compra, o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, afirma ainda que elas não são feitas apenas pelos investidores tradicionais. "Bancos centrais de alguns países (principalmente China, Índia, países árabes e africanos) acabam fazendo reserva do governo em ouro e entram como tomadores no mercado global", também puxando a alta, que não dá sinais de mudança.
Comprar ou não comprar?
O cenário de recorde na cotação pode até fazer brilhar o olho de alguns, mas uma corrida ao ouro nesse momento não é necessariamente a melhor estratégia para os pequenos investidores, especialmente aqueles que ainda não tem o ativo na carteira.
A ressalva tem relação óbvia com uma possível escassez do metal que acompanha a alta, justamente em decorrência do volume de procura. De acordo com o professor Ricardo Teixeira, dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas, pode haver variação no médio prazo, mas no curtíssimo prazo nada muda, favorecendo - de fato - quem já tem aplicações em ouro e chegou antes da guinada. Por outro lado, quem não dispõe do ativo e agora está interessado na chance de ganhos rápidos perdeu o timing: entraria em cena como especulador e arrisca não ter os resultados cobiçados, já que pagará mais caro e não terá garantias de que a cotação se mantém.
Como investir
Mesmo não sendo hora ideal para migrar os ovos de cesta, as movimentações observadas servem de lembrete para o quão interessante o ativo pode ser na composição de uma carteira diversificada, fazendo as vezes de investimento mais seguro (especialmente no atual momento de Brasil, em que a renda fixa perde protagonismo entre os avessos ao risco).
Aos interessados, o investimento em ouro pode ser feito via bolsa (através de uma corretora e com investimento mínimo de 250 gramas, o que atualmente gira em torno de R$ 60 mil) ou no mercado de balcão (em que o investidor pode comprar a partir de um grama, o equivalente a R$ 200, aproximadamente, e opta por guardar ele próprio o metal ou mantê-lo custodiado em uma transportadora).
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