A Eletrobrás está negociando antecipar de setembro para julho deste ano a data da outorga de concessão da usina de Belo Monte, segundo fonte da estatal. A antecipação é uma das medidas que vêm sendo estudadas pelo governo dentro de um pacote que permita extrair da nova hidrelétrica um retorno financeiro o quanto antes possível. A geração mais rápida de receita contribuiria para minimizar os custos da obra que já foram aliviados por outras medidas, como financiamento com juros mais baixos e desoneração tributária.
A antecipação poderia gerar uma aceleração em cadeia de todo o cronograma da usina, inclusive do início de funcionamento, que oficialmente está previsto para fevereiro de 2015. A energia que viesse a ser produzida antes desta data poderia ser comercializada no chamado mercado livre, a um preço mais alto do que o combinado no leilão.
Pelas regras da licitação, o consórcio Norte Energia, vencedor da disputa, é obrigado a vender pelo menos 70% da energia produzida em Belo Monte no mercado cativo, voltado para as distribuidoras, a um preço de R$ 77,97 o megawatt/hora. No mercado livre a energia está sendo comercializada, em média, a R$ 120 o MW/h. "A antecipação de uma linha ou usina traz vantagens financeiras", reconheceu o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann em um evento.