O Brasil registrou a criação de 57.733 novas vagas com carteira assinada em outubro de 2018, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira, 21, e antecipados pelo presidente Michel Temer no Twitter. O valor ainda pode ser atualizado, nos próximos meses, já que muitas empresas enviam as informações fora do prazo estimado pelo Ministério.
O resultado ficou abaixo da mediana da expectativa de mercado segundo o Projeções Broadcast, que era de abertura de 65 mil novas vagas. O intervalo das projeções apontava para criação entre de 29 mil a 154 mil novos postos.
O resultado de outubro decorre de 1.279.502 admissões e de 1.221.769 demissões. O dado inclui os contratos firmados já sob as novas modalidades previstas na reforma trabalhista, como a jornada intermitente e a jornada parcial.
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Com esse resultado mais os ajustes feitos em meses anteriores — que incorporam declarações de contratação ou demissão feitas fora do prazo —, o saldo do Caged em 12 meses ficou positivo em 444.483.
Em 2015 e 2016, o País eliminou mais de 3,5 milhões de vagas formais. Em 2017, o mercado de trabalho melhorou, mas não escapou de um saldo negativo em 20,8 mil postos.
Setores
Os serviços abriram 34.133 postos com carteira assinada em outubro, e o comércio teve saldo positivo de 28.759 novas vagas no período. Juntos, os dois setores comandaram as contratações no mês passado.
A indústria de transformação gerou 7.048 vagas formais em outubro, enquanto a construção civil ficou com saldo positivo em 560 postos.
Mas o saldo final acabou sendo afetado pelas demissões na agricultura, que teve contratação líquida de 13.059 postos. Boa parte das vagas foi cortada no setor de cultivo de soja e no segmento de produção de sementes.
A administração pública também demitiu (-353), e o setor de extração mineral criou 377 novas vagas.
Trabalho intermitente gera 4.844 novas vagas em outubro
As novas modalidades de contratação criadas pela reforma trabalhista contribuíram para a geração de novas vagas formais de emprego no mês de outubro. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que o trabalho intermitente ficou com saldo positivo de 4.844, enquanto o regime trabalho parcial abriu 2.218 novos postos com carteira.
O contrato de trabalho intermitente permite às empresas chamar os trabalhadores apenas quando for necessário, pagando apenas pelas horas cumpridas. Os setores de serviços e comércio continuam puxando essas contratações, seguidos pela construção civil e pela indústria de transformação em menor medida.
A maior parte dos postos gerados foi ocupada por homens (63,9%) e jovens de 18 a 24 anos (31,6%). Em geral, são trabalhadores com ensino médio completo ou incompleto. As funções mais comuns são assistente de vendas e atendente de lojas e mercados.
Ainda, segundo o Caged, um total de 54 empregados celebrou mais de um contrato na condição de intermitente em outubro. No entanto, não há especificação sobre quantos contratos cada um firmou. Essa é uma questão crucial que tem sido questionada na análise das estatísticas do Caged, porque uma pessoa contratada para mais de um emprego formal poderia ajudar a “inflar” o saldo geral do cadastro, que inclui todos os vínculos.
Mais mulheres na jornada parcial
No caso dos postos de trabalho de jornada parcial (inferior à jornada integral de 44 horas semanais), um total de 30 empregados celebrou mais de um contrato nessa modalidade. O saldo geral também foi puxado pelos setores de serviços e comércio.
Na jornada parcial, o perfil dos trabalhadores contratados muda um pouco. Pouco mais da metade (55,5%) do saldo gerado foi devido a mulheres. A prevalência de jovens de 18 a 24 anos e de trabalhadores com ensino médio completo e incompleto, no entanto, permanece.
As principais ocupações segundo o saldo de emprego em regime parcial são faxineiro, operador de caixa e auxiliar de escritório.
A reforma trabalhista também instituiu a possibilidade de desligamento mediante acordo entre empresa e trabalhador. No mês passado, houve 15.981 demissões desse tipo, sendo que 23 empregados solicitaram mais de um desligamento por acordo.
Salário médio
O salário médio de admissão no emprego formal ficou em R$ 1.528,32 em outubro deste ano, alta real (já descontada a inflação) de 0,66% em relação a igual mês do ano passado. Em outubro de 2017, esse valor era de R$ 1.518,33. Os dados são do Caged.
O salário médio de desligamento no mês passado foi de R$ 1.672,00, contra R$ 1.737,08 em outubro de 2017.
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