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Varejo

Ovos de Páscoa perdem espaço

Schimmelpfeng, marca curitibana especializada em chocolates finos: bombons na preferência dos clientes | Andre Rodrigues/ Gazeta do Povo
Schimmelpfeng, marca curitibana especializada em chocolates finos: bombons na preferência dos clientes (Foto: Andre Rodrigues/ Gazeta do Povo)
A Copa do Mundo no Brasil virou inspiração para a indústria dos ovos de Páscoa |

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A Copa do Mundo no Brasil virou inspiração para a indústria dos ovos de Páscoa

Apesar de sempre esperada pelo varejo e por indústrias alimentícias, a Páscoa trará a continuação de um desafio para a venda de produtos sazonais – em especial, os ovos de chocolate. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), essa deve ser a Páscoa com menor incremento de vendas desde 2005. Considerando a cesta de produtos e serviços cuja procura cresce na época, a projeção é de um aumento de 3,7%. Em 2013, a expectativa era de mais 4,9%.

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O varejo permanece apostando na tradição, mas diversifica nas compras. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as lojas estocaram para este ano 4,6% mais ovos do que em 2013, enquanto os estoques de chocolates (barras e bombons) cresceram 5,6%. Por enquanto, na percepção dos supermercadistas, o ovo ainda vende mais do que a colomba pascal.

A Abras avalia que os ovos estão 7,9% mais caros. É o mesmo índice anunciado pela Associação Paranaense de Supermercadistas (Apras) e está acima dos 7% estimados para a média dos produtos da época. Para o superintendente da Apras, Valmor Rovaris, a perspectiva permanece positiva. "O que foi comprado por supermercados em 2013 foi vendido, com estoque praticamente zerado." A projeção é vender 5% mais ovos no Paraná.

Cada vez mais caro e com menos chocolate, o ovo aparece na berlinda faz um certo tempo. Segundo a consultoria Kantar, a preferência pelos ovos, que era de 33% em 2012, caiu para 24% em 2013. É projetada nova queda em 2014. "Ovos com preços muito mais altos que o chocolate geram no consumidor uma discrepância na percepção da equação preço versus valor. Isso impulsiona diretamente a troca", afirma Giovanna Fischer, diretora de contas da Kantar.

Especializada em chocolates finos, a marca curitibana Schimmelpfeng concorda que os ovos enfrentam concorrência acirrada. A procura por eles vem diminuindo, mas sem causar decréscimo de produção, diz a supervisora de vendas Selma Fernandes. "O cliente quer variedade de sabores, que o ovo não tem, chocolate de qualidade e embalagem bonita. Percebemos, então, que a caixa de bombons tem sido a principal opção."

Inflação

Para a CNC, o cenário aponta que os itens de Páscoa devem competir com outros mais urgentes, que tiveram reajuste de preços acima da média, como pescados e passagens aéreas, também alvo de compras da época.

"Esses itens corroem o consumo", explica o economista da CNC, Fabio Bentes, que também cita a pressão do crédito mais acirrado e dos juros mais altos. "E o ovo de Páscoa não é essencial", diz. A tendência é de que brasileiros procurem itens mais baratos para a data, como barras e bombons de chocolate.

Interatividade

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