O governador Beto Richa e Mark Pigott, presidente da DAF: fábrica que começa a ser construída em Ponta Grossa deve atrair fornecedores ao Paraná| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

Negociações

Cidade espera mais investimentos

Quase seis meses depois do anúncio da construção de uma unidade na cidade, a Ambev (que produz cervejas como Skol, Brahma e Antarctica) ainda está em conversação com o governo do Paraná. Segundo o governador Beto Richa, as negociações, de ordem tributária, deverão ser concluídas em breve. No entanto, ele ainda não tem previsão de uma data para a assinatura de um protocolo de intenções entre ambas as partes. Segundo o secretário municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, João Luiz Kovaleski, só com esse acordo fechado o município vai poder negociar diretamente com a empresa, que pretende investir R$ 350 milhões na cidade.

Segundo o secretário, a Cimpor está na mesma situação. A fabricante de cimentos portuguesa já tem um terreno definido para a construção da unidade no distrito de Itaiacoca e quer investir cerca de R$ 460 milhões em Ponta Grossa. As obras devem começar ainda no início deste ano.

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Marcas cogitam antecipar planos de investimento no Brasil

Folhapress

Apesar de o mercado norte-americano estar em franca recuperação, marcas de luxo europeias como BMW e Mercedes estão preocupadas com o desdobramento da crise na Europa e já falam em antecipar seus planos de investir no Brasil. Com 3,6 milhões de emplacamentos em 2011, o país ultrapassou a Alemanha e se tornou o quarto maior mercado de carros novos do mundo. A pressa também tem relação com a elevação de 30% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos importados.

"Os estudos [para a produção de um modelo BMW no Brasil] estão em estágio bastante avançado. Talvez nos próximos dois meses anunciemos os investimentos. No momento, ainda negociamos com dois estados", disse Ludwing Willisch, presidente da marca nos EUA, no Salão de Detroit.

A Mercedes, que projeta dobrar suas vendas no Brasil em dois anos, chegando a 20 mil unidades, cogita voltar a produzir um modelo compacto em Juiz de Fora (MG) – onde fabricou a minivan Classe A entre 1999 e 2005. A norte-americana Chrysler também confirmou que, a partir de 2014, iniciará a produção de um utilitário esportivo compacto no Brasil. O modelo será feito em conjunto com a Fiat na futura fábrica em Pernambuco e levará o logotipo da Jeep.

Executivos da norte-americana Paccar, fabricante de caminhões, lançaram ontem em Ponta Grossa (Campos Gerais) a pedra fundamental da primeira linha de montagem da empresa na América do Sul, pensando já na próxima década. Serão fabricados na cidade, a partir de 2013, modelos da subsidiária holandesa DAF, uma das três marcas de caminhões que integram o grupo – a DAF Brasil tem planos de abocanhar 10% do mercado brasileiro de caminhões nos próximos dez anos. A Paccar também é dona das marcas Kenworth e Peterbilt.

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Até o próximo ano, serão investidos US$ 200 milhões (quase R$ 370 milhões) na construção da unidade da fábrica, que terá aproximadamente 30 mil metros quadrados. A fabricante estima iniciar a produção entre julho e agosto de 2013. Segundo o presidente nacional da marca, Marco Antonio Davila, a expectativa é de que a montadora produza algo entre 800 e 1 mil unidades no primeiro ano de funcionamento. "Vamos começar com uma produção pequena, mas essa fábrica terá capacidade para produzir até 20 mil caminhões por ano, além de gerar cerca de 500 empregos diretos", antecipou.

Segundo ele, a linha de montagem de Ponta Grossa já começa contando com 59 fornecedores brasileiros ou estrangeiros com sede no país. Entre as principais empresas, Davila citou a ZF (fornecedora de sistemas de transmissão), Meritor (eixos), Randon (suspensão e freios) e Usiminas (cabines). O presidente do Conselho Executivo do grupo Paccar, Mark Pigott, também participou do evento. "O investimento da Paccar em Ponta Grossa está atraindo a atenção das indústrias e de todo o Brasil para os benefícios competitivos da cidade", afirmou o executivo.

O governador Beto Richa disse que, com a instalação da DAF em Ponta Grossa, outras 20 empresas também poderão vir para o Paraná. "A vinda da Pac­car acaba estimulando outros fornecedores internacionais", complementou. Segundo o gerente comercial da marca no Brasil, Michael Kuester, algumas empresas holandesas e de outros países da Europa já demonstraram interesse em abrir unidades no Paraná e fornecer peças para a fábrica, mas ele prefere não revelar o nome dos possíveis investidores.

Modelos

A unidade de Ponta Grossa vai fabricar caminhões DAF, modelos "cara chata", com capacidades que variam de 7,5 a 80 toneladas. O LF, de pequeno porte, é adaptado para o trânsito urbano. Já os modelos CF (médio porte) e XF105 (grande porte) são voltados para o transporte em longas distâncias. Kuester afirma que cerca de 50 grupos brasileiros já manifestaram, formalmente, a intenção de se tornarem concessionários da DAF Brasil e que outros 40 ainda estão em fase de negociação. "Vamos competir, no Brasil, com os modelos de mesmo porte da Scania e da Volvo, que já são nossos concorrentes em outros países", ressalta Kuester.

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