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Avaliação de Lula

Pacote de corte de gastos pode não ser suficiente, dizem entrevistados em pesquisa

Fernando Haddad
Pacote visto com pessimismo foi proposto pela equipe liderada pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda. (Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

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O recente pacote de corte de gastos apresentado pelo governo e que está para ser analisado pelo Congresso Nacional pode não ser suficiente para estabilizar as contas públicas. Esta é a percepção de mais da metade dos entrevistados na nova rodada da pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (11).

O levantamento apurou a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao final da metade deste terceiro mandato, e apontou um aumento da desaprovação e a oscilação da aprovação. Problemas com a economia e a violência são os que mais preocupam os brasileiros.

  • Não acreditam em melhora nas contas públicas: 98%;
  • Acreditam: 23%;
  • Não soube responder: 9%.

A Quaest ouviu 8.598 pessoas entre os dias 4 e 9 de dezembro, com uma margem de erro de 1 ponto percentual para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.

Para o pesquisador Felipe Nunes, CEO da Quaest, a informação do anúncio do pacote de corte de gastos demorou para chegar a toda a população, embora a imprensa tenha noticiado constantemente a medida.

“A estabilidade nos números [de avaliação de Lula] revela a baixa capacidade do governo em comunicar seus principais resultados econômicos. O pacote de corte de gastos apresentado pelo ministro [Fernando] Haddad [da Fazenda], por exemplo, só ficou conhecido por 38% dos entrevistados”, disse. A pesquisa revelou que 62% dos entrevistados tomou conhecimento das medidas fiscais ao serem questionados pela Quaest.

Nunes explicou que o grupo predominante dos entrevistados que dizem ter tomado conhecimento do pacote de corte é formado por “homens, mais velhos e de renda mais alta”. Destes, 83% dizem que entenderam completamente as medidas, embora a maioria (68%) não acredite que surtirão os efeitos esperados.

Esta dificuldade de fazer a informação chegar à população está, inclusive, no radar de Lula para “correções necessárias” que podem levar à troca do titular da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta.

Os entrevistados pela Quaest também veem um aumento da dificuldade do governo em se relacionar com o Congresso, numa relação que havia melhorado no começo deste ano:

E isso já vem se refletindo diretamente na análise do pacote de corte de gastos pelo Congresso. A expectativa era de que as duas propostas que endurecem medidas para o pagamento de benefícios, entre outras, começariam ser analisadas na segunda (9), mas a crise com o Supremo Tribunal Federal (STF) por conta do pagamento de emendas parlamentares azedou a relação.

A relação entre Lula e o Congresso é apontada como um pouco mais fácil do que foi com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por eleitores de ambos: 47% mais facilidade pelos que votaram no petista e 50% para os entusiastas do capitão reformado.

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