O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou ontem que o pacote habitacional que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai lançar movimentará R$ 70 bilhões. Ele esclareceu que nem todo o dinheiro será bancado pelo governo federal. "Esse é o montante de recursos estimado que as medidas vão movimentar na economia brasileira", disse Mantega, por meio de sua assessoria.

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Uma das principais medidas do pacote será um programa de construção subsidiada de casas populares para famílias de baixa renda. Dentro do governo, fala-se que a prestação dos imóveis poderá ficar entre R$ 15 e R$ 20 por mês. Ontem, o presidente Lula disse que quem comprar uma casa pelas regras do plano de habitação só começará a pagar as prestações depois que estiver morando no imóvel. Até que a chave seja entregue, será paga apenas uma taxa simbólica.

"Ele só vai começar a pagar a prestação quando entrar na casa, porque uma pessoa que trabalha e ganha dois salários mínimos e paga aluguel não pode pagar aluguel e prestação da casa ao mesmo tempo. Então, ele pagará uma taxa simbólica até receber a chave. Quando receber a chave e deixar o aluguel, vai pagar a prestação da casa", explicou Lula ao falar com a imprensa ontem, após participar de cerimônia em Vitória (ES).

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Segundo o presidente, o plano será anunciado após seu retorno da viagem aos Estados Unidos, no final da próxima semana. Ele negou que haja desentendimentos entre ministros sobre o plano e disse que a demora para fechar o projeto se deve à sua ampliação e a negociações em torno de questões como juros e subsídios.

"Hoje eu vi a imprensa dizendo que tem uma divergência no governo entre Dilma (Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil) e Guido (Guido Mantega, ministro da Fazenda). Não há hipótese de ter divergência entre Dilma e Guido Mantega. O que acontece é que você está discutindo um programa, primeiro alguém propôs que fizéssemos 200 mil casas, eu disse ‘nós vamos fazer 1 milhão de casas’. Agora estamos discutindo taxa de juros e subsídio", afirmou.

Na quinta-feira, a ministra da Casa Civil já havia dito que o plano de habitação terá três pilares: subsídio, fundo garantidor e redução do seguro nas prestações. As medidas serão direcionadas a pessoas de baixa renda e a meta do governo é construir 1 milhão de casas até 2010.