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O governo da Itália propôs ontem, pela quinta vez em apenas dois meses, novas alterações em seu pacote de austeridade fiscal, enquanto tenta acalmar os investidores em meio a uma greve geral de 24 horas, à queda nos mercados de ações e à elevação nos custos dos empréstimos para o país.

Por meio de nota, o governo italiano informou que buscará um voto de confiança no Parlamento para a implementação de um plano de austeridade que prevê 45,5 bilhões de euros em cortes e que amanhã aprovará a introdução na Constituição do país de uma cláusula de orçamento equilibrado. Entre outras coisas, o governo italiano propôs a elevação da taxa de valor agregado (IVA) de 20% para 21%, com o objetivo de elevar a arrecadação de impostos.

A administração do primeiro-ministro Silvio Berlusconi também sugeriu a criação de um imposto provisório de 3% para contribuintes que ganhem acima de 500 mil euros por ano até que o orçamento se reequilibre. A expectativa do governo é de que consiga equilibrar o orçamento em 2013. O governo ainda propôs a elevação, de 60 para 65 anos, da idade de aposentadoria das mulheres que trabalham no setor privado a partir de 2014.

BCE

O pacote também tem a finalidade de persuadir o Banco Central Europeu (BCE) a continuar comprando os bônus italianos, cujo yield (retorno ao investidor) tem alcançado níveis recordes em meio a temores de que o país possa sofrer um contágio da crise da dívida soberana que engolfou a Grécia, apesar de um programa em curso do BCE para comprar títulos italianos no mercado.

Mario Draghi, dirigente do banco central italiano e provável sucessor de Jean-Claude Trichet no comando do BCE, alertou na segunda-feira que a Itália não deveria dar como certo o apoio da entidade. "O programa de compra dos títulos italianos é temporário. Ele não pode ser usado para evitar o princípio fundamental da disciplina orçamentária", avisou.

Grécia

O governo da Grécia pretende acelerar as reformas estruturais após ter recebido críticas de outros países, que querem mais agilidade na implementação das medidas de austeridade fiscal e privatizações. O ministro de Finanças da Grécia, Evan­gelos Venizelos, assumiu o compromisso de prosseguir com uma série de medidas para encolher o setor público e liberalizar a economia.

Venizelos também disse que a partir de hoje o governo vai transferir alguns ativos estatais para um fundo de privatização grego. Esse seria o primeiro passo para reviver o plano de privatização do país, que deve levantar cerca de 50 bilhões de euros (US$ 70 bilhões).

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