A compra de presentes e o gasto com festas estão na retaguarda das intenções de uso do 13.º salário pelos curitibanos, de acordo com um levantamento da Paraná Pesquisas feito com exclusividade para a Gazeta do Povo. Pouco mais da metade dos entrevistados (50,57%) coloca em primeiro lugar o pagamento de dívidas, seguido pela poupança (14,18%), pelo investimento em viagens (9,20%) e pela construção ou reforma da casa (8,43%). A pesquisa mostra ainda que o valor de cada presente deve ficar próximo de R$ 50, confirmando as expectativas da Associação Comercial do Paraná (ACP), que vem percebendo redução na intenção de gastos desde outubro e prevê um Natal de consumo mais modesto em 2011.
Pensar primeiro na saúde financeira para depois presentear as pessoas é a orientação dos especialistas em finanças pessoais, que destacam as contas do início de ano como uma das razões para que o dinheiro vá para a poupança. "Aqueles que vão pagar dívidas devem aprender a lição para no ano que vem poder fazer como os outros, que vão investir ou viajar com o dinheiro extra", recomenda o consultor de finanças pessoais Altemir Farinhas.
O assessor executivo e estudante de Direito Roberto Simoni Neto, de 20 anos, já definiu o destino do seu primeiro 13.º salário: aplicações na previdência privada. Todo o mês ele investe entre R$ 150 e R$ 200 nesta aplicação, e coloca outros R$ 50 na poupança. "Meu décimo terceiro vai inteiro para a previdência. Já aprendi a viver com o meu salário mensal e este extra vai para o planejamento do futuro. Posso usar a remuneração das férias e do abono para gastar", avalia.
Infelizmente, na opinião do professor de finanças de MBA do ISAE/FGV Marco Cunha, o perfil do estudante não é a média do brasileiro, que no geral usa o dinheiro para pagar contas ou gastar com as festas de fim do ano. "É preciso ter responsabilidade financeira para planejar o décimo terceiro como aplicação. As pessoas precisam deixar de ser imediatistas e pensar em investimentos", alerta.
De acordo com a pesquisa, apenas 7% dos entrevistados pretendem gastar o dinheiro extra com presentes de Natal. Mesmo assim, três em cada quatro curitibanos comprarão ao menos uma lembrança neste fim de ano, 57% vão dar pelo menos quatro presentes e 66% gastarão até R$ 50 com cada compra.
Pelo número de lembranças e pelo preço delas, os moradores de Curitiba devem deixar ao menos R$ 200 no comércio, para a alegria dos lojistas da cidade. O dinheiro, à vista, ainda é a forma preferida de pagamento entre os curitibanos.
O consultor econômico da ACP, Claudio Shimoyama, ressalta que apesar dos tíquetes médios mais baixos que no ano passado, os consumidores irão às compras neste ano. "Eles vão quitar suas contas e voltar a consumir. Por isso um alerta aos comerciantes: negociem as dívidas porque os clientes estão dispostos a voltar ao comércio", salienta.
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