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A guerra das maquininhas de pagamento ganhou mais um capítulo nesta segunda, com a PagSeguro anunciando que, a partir do dia 1° de maio, os vendedores que utilizarem as maquininhas da marca poderão receber o dinheiro de suas vendas na mesma hora. O objetivo, segundo a empresa, é o de facilitar o acesso dos pequenos e médios empreendedores aos serviços financeiros.

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A empresa acredita que esse setor deve se desenvolver mais. "O modelo de pagamentos eletrônicos facilita a vidas das pessoas e que promove a inclusão financeira."

O movimento se segue ao contra-ataque da Rede, a número dois do segmento que anunciou, na semana passada, a isenção da taxa de antecipação de recebíveis para clientes que tem um faturamento anual de até R$ 30 milhões e que recebam seus pagamentos no Itaú. “Isto acaba beneficiando o Itaú, que pode ampliar a sua base de relacionamentos”, diz o analista Matheus Amaral, da Toro Investimentos.

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E na primeira metade do mês, a GetNet, do Santander, anunciou o corte nas taxas das transações das modalidades de débito e crédito à vista para 2%. O prazo de pagamento que, tradicionalmente, era de 30 dias, caiu para dois para microempreendedores individuais e pessoas físicas.

O impacto dos movimentos foi negativo nas bolsas. Desde o dia 11, as ações da Cielo perderam quase 14% de seu valor na B3. E as da Stone, 27,3% na Nasdaq, em Nova York. “Esses movimentos estão criando uma situação complicada para as empresas do setor”, diz Amaral.

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Segundo ele, em se mantendo esses comportamentos, a tendência é de comoditização do produto e a redução das margens das empresas. “Os beneficiários são os clientes e não os players de mercado.”

O movimento tende a impactar, entretanto, nas receitas de recebíveis de cartões de crédito das adquirentes. Apesar de abrirem mão de parte da receita, os grandes do mercado têm sinalizado a preferência por menores resultados no presente em troca de market share.

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A Cielo, a líder de mercado e que ainda não entrou nessa disputa, também já declarou ser essa a sua estratégia. Tanto é que o mercado está à espera de um novo movimento que aqueça ainda mais a já intensa 'guerra das maquininhas'.  Uma sinalização de seu comportamento pode ser dada na próxima quarta, quando a empresa faz a teleconferência sobre os resultados no primeiro trimestre.

“O que está em jogo, com a guerra das maquininhas, é a eficiência operacional. Os movimentos das últimas semanas tem impactado a soberania da Cielo e da Rede nesse mercado. Elas acabaram perdendo a barreira à entrada que tinham”, destaca o analista.

A dúvida ainda é quem, entre as empresas, vai ser a vencedora dessa batalha. O especialista da Toro destaca que a tendência é de quem ficar com uma base maior de clientes.

O presidente da Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), Augusto Lins, avalia a ofensiva da Rede, do Itaú Unibanco, como um "ato anticompetitivo com o objetivo de destruir as fintechs e inibir a competição" no mercado de maquininhas.

Em nota à imprensa, ele, que também é diretor comercial da novata Stone, uma das mais impactadas na bolsa após o anúncio da concorrente, classifica a iniciativa da número dois do setor como uma "propaganda duvidosa".

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Para Lins, o fato de a Rede vincular a tarifa zerada de antecipação ao cliente que recebe seus pagamentos no Itaú representa "uma venda casada e uma política de preços predatórios".