Desemprego Município não tem vagas para demitidos
A agência da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social (SETP) de Paiçandu ainda não sentiu o impacto das demissões do frigorífico Garantia, mas estima que na próxima semana, quando as demissões estiverem oficializadas, o fluxo de desempregados deve aumentar.
O município não tem condições de absorver a mão-de-obra dispensada. Como exemplo, a agência de Paiçandu da SETP tinha ontem apenas nove ofertas de empregos.
Os frigoríficos da região maringaense já sofreram outras crises antes. Em 2004, o fantasma do desemprego rondou os trabalhadores com dois embargos russos anunciados devido à febre aftosa no gado do Pará e Amazonas. No final de 2005 foi a vez de mais de 1,7 mil animais em 50 propriedades ficarem isolados por causa da suspeita da doença na própria região. (AI)
Maringá A prefeitura de Paiçandu, no Noroeste paranaense, está preocupada com o fechamento do Frigorífico Garantia, anunciado na última quinta-feira. O prefeito Moacir de Oliveira (PMDB) tenta manter o grupo operando na cidade para evitar o desemprego de aproximadamente 750 trabalhadores. Para isso, vai tentar uma reunião com a diretoria do Garantia esta semana. "Não conheço os motivos", justificou Oliveira. "Mas queremos somar forças para resolver os problemas de nossa cidade".
O prefeito disse ter sido surpreendido pela demissão em massa e que, além disso, pode avaliar algum benefício como isenção tributária para a empresa, que atravessa dificuldades desde o início da crise da aftosa, em outubro de 2005. Oliveira também disse estar disposto a articular conversas com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, e com o secretário estadual de Planejamento, Ênio Verri. "Se houver alguma solução, podemos conversar para não perdemos os empregos", adiantou o secretário.
A direção do Garantia, entretanto, está determinada a encerrar as atividades na região, mesmo que temporariamente. "Os funcionários demitidos terão preferência quando voltarmos a contratar", anunciou o advogado da empresa, Marcos Rodrigo de Oliveira.
O frigorífico não abate bovinos desde o dia 1.° de março, e não revela os valores do prejuízo.
A planta maringaense tem capacidade para abater aproximadamente 1,5 mil cabeças diariamente. Mas, de 1.° de janeiro a 1.° de março deste ano foram abatidos somente 11 mil bovinos, sendo que no auge da produção em 2005 antes do embargo internacional já foram abatidas 32 mil cabeças mensais.
O Garantia tem três frigoríficos, além de Paiçandu. As outras três estão localizadas em Amamabaí (MS), Itaporã (MS) e Lovera (SP), cada uma com capacidade média de 500 cabeças diárias de abate. As quatro plantas somam um total de 1,8 mil funcionários.
A instalação paranaense, localizada na divisa entre os municípios de Maringá e Paiçandu, opera hoje somente com atividades de escritório e no departamento de Recursos Humanos, que trabalha na rescisão de contrato dos trabalhadores demitidos na semana passada. A linha de produção está totalmente parada e ainda restam 3 mil toneladas de carne tipo exportação estocadas nas câmaras frias e que não tem destino.
Ainda não há um número oficial de demissões. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Maringá informa que acompanha de perto o caso e orienta os funcionários, que evitam falar com a imprensa na tentativa de manter os empregos. A estimativa do sindicato é que cerca de 50 trabalhadores tenham cargos de estabilidade como diretores sindicais, membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), gestantes em licença, entre outros, que não entraram no corte coletivo. A própria direção do Garantia considera a possibilidade de aproveitar alguns funcionários nas outras unidades.
O sindicato já atuou em crises anteriores para evitar demissões e mantém um contato estreito com os trabalhadores desta vez. "Até fizemos um banco de horas para evitar as demissões, mas não adiantou", lamentou o diretor social do Sindicato, Roberto Pino de Jesus.
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