A economia continua aquecida, mas o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) em abril, divulgado ontem, sinalizou que há uma desaceleração suave em andamento. O dado relativo ao mês de maio deverá refletir com mais nitidez o impacto do aperto das condições monetárias, na avaliação do economista-chefe da InterBolsa do Brasil, Julio Hegedus.

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O IBC-Br avançou 0,44% em abril ante março, levemente abaixo da alta de 0,51% registrada em março ante fevereiro, ambos dados dessazonalizados. "Há desaceleração tênue, suave", afirmou. O economista acrescenta que "há um pouco de perda de fôlego" da atividade no trimestre corrente. Para o período (segundo trimestre), Hegedus espera que o PIB fique entre 0,3% e 0,4% (trimestre contra trimestre), mas avisa que o número pode ficar estável (0%).

O pico para a atividade foi no primeiro quadrimestre do ano, diz Hegedus, economista da corretora que tem atuação em nove países e administra US$ 6 bilhões em ativos em escala global. Dados do BC indicam que o IBC-Br acumula no primeiro quadrimestre alta média de 1,66%, em comparação com a média dos quatro meses imediatamente anteriores (na série dessazonalizada). Em termos anualizados, a expansão na margem representa alta de 5,06%.

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Hegedus cita que os indicadores econômicos ainda não mostram convergência sobre a desaceleração, sendo que alguns revelam economia aquecida, enquanto outros não. "O processo é heterogêneo, mas está havendo perda de fôlego", reitera. É no IBC-Br de maio que o impacto da desaceleração, conduzida pelo aperto da Selic e das medidas macroprudenciais, deve ficar mais claro. "É preciso lembrar que a confiança de consumidores e da indústria recuou e que dados de inadimplência subiram. As pessoas vão se endividar menos daqui para a frente", ponderou.