| Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

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Estatais devem investir R$ 5,3 bilhões a menos

Petrobras e Eletrobras investirão, em 2014, R$ 5,3 bilhões menos do que este ano. Na estatal de petróleo, a redução será de R$ 4,8 bilhões. No setor elétrico, o corte é de R$ 500 milhões. Os dados constam da proposta de Orçamento de 2014. As duas empresas respondem pela maior parte dos investimentos de estatais. Um novo plano de negócios que prevê desinvestimentos no exterior fará com que a Petrobras destine R$ 6,5 bilhões para fora do país, ante R$ 10,5 bilhões previstos para este ano. No mercado interno, a redução chegará a R$ 800 milhões, com queda de R$ 78,8 bilhões para R$ 78 bilhões. "A Petrobras continua tendo a segunda maior carteira de investimento entre as petroleiras do mundo", frisou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

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O governo prevê que o crescimento da economia no ano que vem será de 4%. A projeção faz parte da proposta de lei orçamentária enviada ontem ao Congresso e serve de base para o governo prever quanto será sua receita em 2014. É mais otimista que a do mercado, que espera uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 2,4%, segundo levantamento semanal do Banco Central.

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Ainda na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reviu sua projeção de crescimento para este ano, de 3% para 2,5%. Assim, o número ficou mais próximo da projeção mediana do mercado, hoje em 2,2%.

O orçamento também mostra que o governo vai perseguir em 2014, último ano de mandato da presidente Dilma Rousseff, uma meta de superávit primário menor que em 2013, apesar de críticas por agentes econômicos de uma política fiscal expansionista. Se o resultado do superávit do setor público consolidado no ano que vem for mesmo os 2,1% do PIB divulgados ontem, será o menor desde 2009, auge da última crise financeira global, quando ficou em 2,0%. Em 2013, o governo brasileiro busca um superávit de 2,3%.

Para 2014, a meta do superávit primário cheio – a economia feita para o pagamento de juros da dívida pública – é de R$ 167,4 bilhões, ou 3,2% do PIB. Mas o governo trabalha com o cenário de abatimento de R$ 58 bilhões em gastos com investimentos e desonerações, indicando um superávit de R$ 109,4 bilhões, ou 2,1% do PIB.

Ao economizar menos recursos, o governo tem a possibilidade de usar o dinheiro em outras áreas, elevando gastos no ano em que Dilma buscará a reeleição. A flexibilização da política fiscal tem sido o principal ponto de crítica à condução da economia. No ano passado, o governo cumpriu a meta de primário fazendo uma engenharia contábil envolvendo receitas extraordinárias e dividendos de estatais.