Rio de Janeiro A inserção do biodiesel na matriz energética do país é uma realidade e o Brasil deverá chegar ao mês de julho deste ano com o parque industrial consolidado e uma produção de 1,3 bilhão de litros/ano. A estimativa é da coordenadora de Biodiesel do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Edna Carmélia.
Segundo ela, a capacidade de produção atual é de cerca de 500 milhões de litros. Desse total, cerca de 59% têm como matéria-prima o óleo de soja e cerca de 20% a mamona, principalmente na Região Nordeste.
"Hoje, já temos todas as condições de cumprir a primeira etapa da decisão governamental de adição, a partir de 2008, de 2% de biodiesel ao diesel (B2) e já podemos, inclusive, discutir com tranqüilidade a antecipação do B5 que é a adição de 5% do produto ao diesel mineral, meta estipulada para 2014", afirmou Carmélia.
Graças aos leilões de biodiesel promovidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), é cada vez maior a inserção de famílias de pequenos agricultores no processo produtivo, principalmente a partir da utilização de outras oleaginosas, como a própria mamona, o girassol e o dendê. Em virtude dos leilões, o biodiesel já responde pela contratação da produção de cerca de 60 mil famílias que desenvolvem a agricultura familiar.
De acordo com a coordenadora de Biodiesel do MDA, a meta é chegar ao final de 2007 com aproximadamente 200 mil famílias de pequenos agricultores contratadas, passando a 350 mil até 2010.
Embora a cultura da soja responda atualmente por cerca de 60% da produção brasileira de biodiesel, a inserção do produto na matriz energética do país deverá incrementar a plantação de outras oleaginosas. "Esta possibilidade acelera a inclusão social, diversifica a nossa matriz energética e possibilita a economia de divisas com a importação de diesel", acrescentou Carmélia. Ela explica que o fato de o Brasil ter tecnologia para processar biodiesel utilizando diversos tipos de oleaginosas como matéria-prima, é uma vantagem que levará o país a se transformar, em poucos anos, no maior produtor de biodiesel do mundo.
"Está vindo aí, do curto para o médio prazo, uma intensa diversificação da produção de oleaginosa no país. A soja deverá ser a matéria-prima que vai sustentar o biodiesel nestes primeiros anos e permitir que essa diversidade uma das grandes características do Brasil na produção do biodiesel nos leve a esse patamar [de maior produtor do mundo]."
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