A Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2009, divulgada nesta quinta-feira (5) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, mostra que o país gerou, no ano passado, 1,766 milhão de empregos formais - uma alta de 4,48% no estoque de empregos na comparação com 2008. Com isso, no final de 2009 havia 41,207 milhões de trabalhadores com vínculos formais no país.
O número divulgado nesta quinta, no entanto, é o mais baixo desde 2003, quando foram captados pela Rais 861.014 empregos. Segundo o ministro, os números do ano passado refletem os efeitos da crise financeira, mas são positivos: "Em um ano de crise o país gerou 1,700 milhão de empregos formais . O Brasil foi o único país do G20 que gerou esse número de empregos" disse Lupi.
Em janeiro, o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) mostrou que o país fechara o ano com 995 mil postos de trabalho a mais. Segundo o Ministério do Trabalho, os 427,8 mil empregos a mais registrados pela Rais se devem à inclusão de vínculos empregatícios temporários e avulsos, entre outros, e também da inclusão de declarações do Caged entregues fora do prazo.
De 2003 a junho de 2010, a geração de empregos formais (celetistas e servidores públicos), atingiu cerca de 14 milhões de postos de trabalho. "O objetivo é chegar a 15 milhões, falta só um milhão. Chegaremos a 15 milhões com uma certa tranqüilidade", garantiu Lupi.
O setor que mais contribuiu para geração de emprego foi a administração pública. O ministro explicou que o aumento de servidores públicos foi a legislação que acabou com a terceirização e "assim aumentou o número de concursos públicos".
Com relação aos setores dinâmicos, o que mais cresceu foi o da construção civil (11,37%), isso porque os Programas do Governo como, Minha Casa Minha Vida e o PAC ajudaram neste crescimento. Por outro lado o setor dinâmico que menos teve aumento foi o do comércio (5,04%).
Regiões
A região Nordeste foi a que teve uma maior expansão no número de empregos com +7,04% . O ministro explicou que esse aumento é proporcional com a região. "Um crescimento mais regionalizado. Gera um equilíbrio regional. Está se levando muito emprego para lá", disse Lupi.
Contudo, o ministro explicou que os dados do nordeste ainda tem muito o que melhorar. Por outro lado, a região Sudeste teve o menor crescimento com relação ao número de empregos, +3,49%. O único estado com redução no número de emprego foi Amazonas, que teve um crescimento negativo de 0,6 mil (ou -0,11%).
Gênero
Os dados da Rais 2009 mostraram que houve um aumento de 5,34% do número de mulheres no mercado de trabalho. Com esse resultado a força de trabalho feminina fechou 2009 em 41,4% do total, resultado maior que em 2008, 41,1%.
Por outro, lado Lupi afirmou que as mulheres ainda continuam ganhando menos que os homens, "É um absurdo, as mulheres estarem ganhando menos que os homens, é um preconceito inconcebível" garantiu o ministro.
Faixa etária
Com relação a faixa etária houve uma expansão do número de contratados com 65 anos ou mais com 7,62%."é um bela surpresa. Lupi explicou que este aumento quebra paradigmas, preconceitos ."Foi o recorde de 7,62%. O mercado está buscando pessoas que teenham mais experiência", explicou.
Por outro lado os jovens foram os que menos entraram no mercado de trabalho . "Existe um preconceito pela falta de experiência, falta de qualificação profissional. Mas por outro lado é interessante é que o jovem está preferindo estudar mais para ter um bom emprego", afirmou Lupi.