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O Brasil gerou 309.114 novos postos de trabalho com carteira assinada no mês de junho. Os dado são do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quinta-feira (29) pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Esse é o saldo de 1.601.001 admissões e 1.291.887 desligamentos. O consenso de mercado era de 270 mil vagas de emprego para o mês.
Com a atualização dos números, o estoque de empregos formais no país chegou a 40.899.685 em junho, contra 40.320.857 vínculos registrados em abril. Trata-se do sexto mês consecutivo de geração de empregos. Apenas neste ano, o saldo de empregos é de 1.536.717, decorrente de 9.588.085 admissões e 8.051.368 desligamentos. Já o salário médio real de admissão passou de R$ 1807,88 no mês de maio para R$ 1806,29 em junho.
Quanto aos setores, há registro de saldo positivo em todos os Grupamentos de Atividades Econômicas, com destaque para o setor de serviços, seguido pelo comércio e indústria geral. As regiões do Sul, Sudeste e Nordeste puxam o resultado pra cima.
Visão de mercado
Analistas do Banco Original comparam os indicadores do Caged e as últimas divulgações da PNAD Contínua e afirmam que a discrepância entre os resultados tem reduzido gradativamente. A expectativa da empresa é que o mercado de trabalho formal siga apresentando bons resultados, puxados por iniciativas como a "renovação do BEm, a recuperação do setor de serviços – em meio ao avanço da vacinação e à melhora gradual da pandemia – e o aumento mais acelerado das contratações temporárias nos últimos meses".
"Entre as justificativas, destaca-se a volta dos indivíduos – principalmente dos informais – para a população economicamente ativa (força de trabalho) em ritmo mais acelerado do que a volta das ocupações", afirma o Banco. "Em outras palavras, enquanto o Caged – que olha apenas para o segmento formal do mercado de trabalho – tem apresentado resultados consistentemente positivos, os resultados da PNAD têm se mostrado mistos não porque o mercado de trabalho (formal e informal) esteja deixando de se recuperar, mas sim porque as estatísticas de emprego e renda têm sido impactadas por essa recomposição mais acelerada da força de trabalho, que impactada exclusivamente os resultados da PNAD".
Na análise de Rodolfo Margato, economista da XP Macro Watch, a criação de empregos também deve seguir exibindo resultados sólidos nos próximos meses, "como reflexo da (I) reabertura da economia, (II) demanda doméstica firme, (III) aumento da confiança do empresariado e (IV) nova edição do programa BEm (Benefício Emergencial para Manutenção do Emprego e da Renda)".
"[O BEm] tem sido bastante efetivo em limitar as demissões no mercado formal de trabalho desde maio de 2020, inclusive com números mensais de términos de contrato próximos aos totais observados antes da eclosão da crise da Covid-19. Por exemplo, a média de desligamentos mensais entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020 foi de 1,29 milhão, ao passo que a média registrada em abril de 2020 e junho de 2021 ficou em 1,31 milhão", explica o economista. A XP projeta uma criação líquida de 2,18 milhões de empregos formais em 2021.