O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, sobre as medidas de política industrial no Plano Brasil Maior, bem como sobre as repercussões no país da crise econômica internacional| Foto: Antônio Cruz/ABr

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou nesta terça-feira que o Brasil ainda não aprendeu a enfrentar a mudança de paradigma industrial que ocorreu no mundo. Segundo ele, pela primeira vez, existe um único país (China) capaz de produzir qualquer produto manufaturado com preços mais baixos que o resto do mundo. "Não existe nenhum produto industrializado que possa ser produzido a custo mais barato que pelos países asiáticos, liderados pela China. Nós não aprendemos a enfrentar este novo cenário", disse, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para debater a política industrial anunciada no início deste mês.

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O ministro afirmou que a crise internacional, que preocupa a todos, é a materialização de mudanças profundas no tecido econômico, social e político das sociedades. Para Pimentel, além da mudança de paradigma industrial, mais dois fatores mudaram o cenário internacional: a mudança do padrão monetário internacional e do padrão de consumo no mundo.

"O dólar ainda é a moeda de troca mundial, mas perde credibilidade dadas às sucessivas crises financeiras dos Estados Unidos. Talvez estejamos vivendo os últimos anos com o dólar como moeda de troca internacional", disse. Pimentel lembrou que os chanceleres dos países da América do Sul aprovaram a criação de um grupo de trabalho para elaborar uma proposta de mecanismo de troca lastreado por moedas locais.

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Por fim, Pimentel destacou a mudança do padrão de consumo mundial. Segundo ele, EUA e Europa, que foram campeões de demanda, perderam a capacidade de expansão. "Esta mudança dos mercados de consumo fica mais clara quando vemos que a dinâmica do mundo se dá pelos países emergentes: China, Brasil, Índia e África do Sul. Este início de século 21 mostra esta grande mudança", afirmou.

O ministro disse ainda que há um claro deslocamento do eixo geoeconômico do mundo para o hemisfério sul. "A economia gira abaixo da linha do Equador. Tudo indica que do ponto de vista da política internacional esta mudança também ficará visível", afirmou.