Após um déficit de US$ 4,166 bilhões em outubro, o rombo das transações correntes somou US$ 2,931 bilhões em novembro. A projeção do Banco Central para a conta corrente do mês passado era de um saldo negativo de US$ 4,5 bilhões.
O resultado surpreendeu positivamente, uma vez que o intervalo das estimativas do mercado financeiro apontava saldo negativo entre US$ 3,500 bilhões e US$ 4,650 bilhões, com mediana de US$ 4,250 bilhões, segundo estimativas do levantamento realizado pela Agência Estado.
A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 958 milhões em novembro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,417 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 1,743 bilhão. No caso da conta financeira, o resultado ficou no vermelho em US$ 2,788 bilhões.
No ano até o mês passado, o rombo nas contas externas soma US$ 56,406 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até novembro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 67,955 bilhões, o que representa 3,70% do Produto Interno Bruto (PIB).
Investimento direto
Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 4,930 bilhões em novembro, segundo informou o Banco Central. Com isso, o resultado é mais do que o necessário para cobrir o rombo de US$ 2,931 bilhões verificado no mês.
O resultado ficou dentro das estimativas apuradas pelo AE Projeções com instituições financeiras, que iam de US$ 4,6 bilhões a US$ 5,5 bilhões, com mediana de US$ 5 bilhões. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de novembro ficaria em US$ 4,8 bilhões. A estimativa da autarquia foi feita com base nos números até 24 de novembro, quando o País havia recebido US$ 3,3 bilhão em recursos externos.
Nos primeiros 11 meses de 2015, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo soma US$ 59,853 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até novembro deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 69,856 bilhões, o que representa 3,81% do Produto Interno Bruto (PIB).
BC prevê déficit em transações correntes menor em 2016, de US$41 bi
O Banco Central vê o déficit em transações correntes do país caindo a US$ 41 bilhões em 2016, contra rombo estimado em US$ 62 bilhões em 2015, numa melhora puxada fundamentalmente pelo desempenho da balança comercial em meio ao cenário de recessão e dólar elevado.
Para o próximo ano, o BC vê superávit de US$ 30 bilhões para a balança, o dobro do que deve ser observado neste ano, informou o BC nesta segunda-feira (21).
Com isso, o saldo negativo em conta corrente será totalmente coberto pelo Investimento Direto no País (IDP), que deve somar, pelas contas do BC, US$ 60 bilhões no ano que vem.
Em 2015 isso também deve ocorrer, com um IDP de US$ 66 bilhões cobrindo o rombo em transações correntes de US$ 62 bilhões. As duas cifras foram revisadas pelo BC, que antes via déficit de US$ 65 bilhões e um IDP de igual montante no ano.
A melhora no déficit reflete o cenário de intensa derrocada econômica e dólar mais forte ante o real, que impacta as importações realizadas pelo país, os gastos de brasileiros no exterior e as remessas de lucros e dividendos.
Pesquisa Focus do próprio BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, mostra que as projeções são de queda de 3,70% e 2,80% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e 2016, respectivamente.
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