Potencial
Dados levantados pela Confederação Nacional da Indústria mostram que em 2008 o Brasil vendia o equivalente a US$ 16 bilhões em manufaturas no mercado americano. No ano seguinte, esse número caiu para US$ 9,3 bilhões e nunca mais voltou ao nível anterior. A CNI calcula um potencial mínimo de US$ 2,3 bilhões em crescimento imediato. O déficit comercial com os americanos já diminuiu. Fechou em US$ 7,97 bilhões em 2014, com uma corrente de comércio de US$ 62 bilhões. Em 2013, o déficit foi de US$ 11,36 bilhões, o maior desde 2008, último ano em que o Brasil conseguiu vender mais do que comprar dos EUA.
O governo brasileiro começa oficialmente hoje um movimento de reaproximação com os Estados Unidos com a primeira viagem de um ministro ao país desde a crise de 2013, quando se descobriu que os americanos tinham um esquema para espionar o governo brasileiro. Após dois anos de desconfianças mútuas, o país volta ao centro da política de exportações brasileiras que vive um dos seus piores momentos desde 2003.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro Neto, chega a Washington com a missão de retomar negociações paradas e abrir caminho para melhorar a balança comercial com o americanos em 2014, o Brasil teve déficit de quase US$ 8 bilhões no comércio com os EUA.
Ao decidir que precisa voltar o foco para o mercado externo, a presidente Dilma Rousseff também deixou claro que os EUA precisam ser um parceiro prioritário. Com um mercado rico, tarifas baixas de importação e mostrando fôlego econômico que os europeus ainda não têm, o país pode absorver mais produtos manufaturados e semimanufaturados do que tem feito até agora.
"É um sinal de que o Brasil considera os Estados Unidos um parceiro estratégico. Temos com eles a segunda maior corrente de comércio, mas a mais importante, porque tem qualidade, é de interesse para o Brasil. Para lá exportamos mais manufaturas, é diferente da China, para quem exportamos mais commodities", disse Monteiro, após reunião com industriais na última segunda-feira, no Palácio do Planalto.
A intenção é que, nos próximos meses, consiga-se acelerar acordos suficientes para que Dilma e Barack Obama tenham o que assinar na visita de Estado que a presidente deve fazer a Washington no segundo semestre deste ano.
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