Dólares voltaram a sair em ritmo comparável ao pior momento da crise financeira de 2008. Dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) mostram que o país perdeu US$ 4,279 bilhões no mês passado, o pior fluxo cambial desde dezembro de 2008, quando o saldo havia sido negativo em US$ 6,373 bilhões.
Segundo o BC, o forte resultado negativo foi gerado principalmente pelo movimento da chamada conta financeira, onde são registradas as transações para compra e venda de ações e papéis de renda fixa, investimento produtivo e remessa de lucros e dividendos, entre outras. Nessa conta, o mês amargou saída líquida de US$ 3,491 bilhões, o pior desempenho desde março de 2009. O número é resultado de saídas totais de US$ 28,450 bilhões e ingressos de US$ 24,959 bilhões.
Apesar do mau resultado do fluxo cambial no mês de junho, o primeiro semestre de 2010 terminou com ingresso de dólares no Brasil. O país recebeu US$ 3,363 bilhões no acumulado de janeiro a junho. O desempenho é 26,2% maior que o verificado em igual período de 2009, quando o Brasil ainda deixava o pior momento da crise.
Segundo os números do BC, a maior parte dos dólares ingressou pelo canal financeiro, onde são registradas as transações para compra e venda de ações e papéis de renda fixa, investimento produtivo e remessa de lucros e dividendos, entre outras. Por essa via, o semestre teve ingresso líquido de US$ 2,151 bilhões, fruto de US$ 158,027 bilhões em entradas totais e US$ 155,877 bilhões em saídas totais. Ao mesmo tempo, os seis meses tiveram saldo positivo de US$ 1,213 bilhão na conta comercial. O período teve exportações totais de US$ 80,041 bilhões e saídas de US$ 78,828 bilhões.