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Mercado de trabalho

País tem mais técnicos do que vagas

Embora estejam no topo do mercado de trabalho, quase dois terços dos profissionais de tecnologia não atuam na área em que se formaram. As informações são de uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feita com base nos dados do Censo Demográfico 2010. Segundo o levantamento, apenas 32% dos profissionais de ciências, tecnologia, engenharias e matemática (CTEM) trabalham diretamente na área de formação.

Em 2010, os postos típicos CTEM somavam apenas 7% do total. Não à toa, que de cada 100 profissionais de CTEM 68 estivessem ocupando funções que poderiam ser desempenhadas por profissionais formados em outras áreas. De acordo com o estudo, eles são muito requisitados para ocupar funções no mercado financeiro, em atividades de ensino e em gestão de políticas públicas.

"Do ponto de vista do emprego, ainda temos um mercado de trabalho menor para esses profissionais. O setor privado brasileiro, por exemplo, absorve bem menos que a média da América do Norte, Europa ou dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)", afirma Agnaldo Maciante, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.

Entre as categorias de profissionais CTEM, 41% dos formados em engenharia, produção e construção trabalham nessas áreas, diante de 21% em ciências, matemática e computação e 33% nas áreas de agricultura e veterinária. Ao mesmo tempo em que fornecem trabalhadores qualificados para outros setores, essas áreas são mais restritivas na hora de contratar profissionais vindos de outros campos. Segundo a pesquisa, apenas 2% dos profissionais de nível superior ocupam posições típicas de CTEM sem formação específica.

A absorção dos profissionais de CTEM por outras áreas ajuda a explicar a alta taxa de ocupação do grupo em relação aos demais profissionais de nível superior: 97,4% contra 97,1% na média geral. Individualmente, dentro do grupo de CTEM, os profissionais das engenharias apresentam a maior taxa de ocupação: 97,7%.

Formados em áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do país, os profissionais de CTEM têm mais acesso às vagas com carteira assinada. Também por isso, estão menos sujeitos à informalidade quando comparados aos demais empregados de nível superior. "A discussão da importância desses profissionais é crescente lá fora. Nos países da OCDE a preocupação para o maior enfoque na formação nessas áreas vem desde a educação de base. Acreditamos que essa discussão também é importante para o Brasil", diz Maciante.

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