Quem tem apenas um filho faz as contas. Dependendo da escola, a educação integral pode sair mais barato que contratar uma empregada doméstica ou babá. Amauri Esposito é pai do Arthur, de seis anos. Ele e a esposa pagavam uma diarista três vezes por semana, com um custo mensal de R$ 850. A mãe arranjou um emprego e, por causa da necessidade de uma empregada doméstica para cuidar do filho, os dois decidiram pesquisar. Dispensaram a diarista por dois dias e reduziram o gasto em R$ 560. Com a diferença e mais um pouco contrataram o período integral na escola por R$ 650. "A princípio parece que a conta não fecha. Mas se fôssemos contratar uma babá, não ficaria por menos de R$ 1 mil. E ficando na escola, além de a gente economizar com o almoço, ele tem a oportunidade de aprender muitas coisas novas", afirma o pai.
Arthur estuda no colégio Expoente e, desde o começo do ano, tem aulas de educação física, em que aprende vários esportes de forma mais lúdica, aulas de artes, de música, culinária, informática e mecatrônica montagem de objetos, por exemplo. A mensalidade fica por R$ 1,3 mil. "Quando somo tudo que eu pagaria por fora para cada serviço, vejo que estou economizando. Isso porque a gente nem tinha uma empregada com carteira assinada, só uma diarista", conclui o pai.
Andréia Taborda, mãe da Valentina, também fez as contas. Trocar a funcionária em casa pela escola integral gerou uma economia de R$ 700. "A vantagem não é só econômica. Se estivesse em casa, minha filha perderia mais tempo em frente a tevê", afirma Andréia.
Em geral as escolas cobram o dobro da mensalidade para aumentar a jornada escolar dos alunos. No colégio Atuação, que oferece o período integral há 25 anos, a mensalidade para um estudante do terceiro ano é de R$ 475. Se o aluno for ficar durante o contraturno o valor aumenta mais R$ 455. Os pais pagam R$ 930 reais pelo acompanhamento da lição de casa, aulas de espanhol, psicomotricidade educação física com análise emocional, teatro, natação, jogos esportivos, xadrez, capoeira e flauta.
A escolha demanda muito mais atenção dos pais, recomenda a diretora do colégio, Ester Cristina Pereira. "A primeira coisa que o pai deve fazer na hora de escolher a escola integral é não marcar horário para uma visita. Chegar no horário de funcionamento normal e olhar de perto a cozinha, a despensa, a qualidade das frutas, conversar com os profissionais. Ele precisa saber qual é o cardápio da semana, de onde vem à comida, como é o preparo. Quando e onde os alunos vão descansar, qual vai ser a grade de atividades, horários e até a estrutura para atendimento médico", aconselha.