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Comércio exterior

Países estudam aplicar salvaguardas

Não são só os brasileiros que estão preocupados com a concorrência dos produtos chineses. A União Européia (UE) estuda aplicação de tarifas sobre as importações de calçados da China e do Vietnã, alegando que os dois países asiáticos praticam dumping (preço abaixo do valor para ganhar mercado) nos países europeus. As tarifas seriam de até 20% e praticadas por 5 meses a partir de abril.

No Brasil, desde o ano passado o governo estuda a aplicação de salvaguardas contra a China. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações da China ao Brasil em 2004 cresceram 73%, o maior índice entre os principais parceiros comerciais do país. Em 2005, o crescimento foi de 43% e a China já é o quarto maior fornecedor de produtos ao país, atrás dos Estados Unidos, Argentina e Alemanha. Os segmentos mais atingidos pelas mercadorias chinesas são o têxtil, de calçados, máquinas injetoras plásticas, brinquedos e eletroeletrônicos.

Depois de pressionar o governo, a indústria têxtil brasileira aguarda a assinatura do acordo para a autolimitação de exportações chinesas destes produtos, documento já rubricado em 10 de fevereiro, na última visita do ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) à China. O acordo passa a valer trinta dias após a assinatura. O memorando prevê a adoção de limitação voluntária de exportações chinesas de oito principais categorias de produtos têxteis e de vestuário para o Brasil, o que corresponde a 60% das importações têxteis.

O acordo prevê ainda que o controle dessas exportações chinesas seja feito pelo Brasil e que a China providencie a cooperação necessária. Além disso, os dois países concordaram em criar um grupo de coordenação bi-lateral para trocar informações sobre estatísticas, metodologias e listas de produtos considerados de impacto negativo para a indústria doméstica.

No Paraná, a assinatura do protocolo é comemorada pelo setor produtivo, apesar dos temores. "A efetividade prática deste acordo é sujeita a chuvas e trovoadas", diz o vice-presidente da Fiep, Ardisson Akel. "Acreditamos que a restrição vai ajudar, para darmos um respiro, mas não podemos esquecer dos produtos chineses que são oficialmente exportados para outros países, como Panamá, Paraguai e Vietnã, e acabam vindo parar no Brasil."

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