Estudo - Número de chineses ricos sobe 15% ao ano

Pequim – O número de chineses ricos (com salários de pelo menos US$ 50 mil ao ano) aumenta a uma taxa anual de 15%, e já chega a 1,5 milhão de pessoas – 0,11% da população do país – segundo um estudo divulgado ontem pela agência "Chinanews". O relatório da empresa de consultoria McKinsey assinala que o aumento na população rica do país asiático tem características similares ao observado em outros países com "economias prósperas", principalmente no que se refere à maneira de ver os investimentos e o uso de créditos.

Em média, cada chinês rico tem 6,3 produtos financeiros, desde cartões de crédito a fundos comuns, uma taxa um pouco mais baixa que a de Hong Kong (uma média de 8,3 produtos financeiros por pessoa rica), mas similar às de Cingapura (5,6) e Taiwan (5,4).

Apesar de muitos chineses ricos ainda hesitarem na hora de pedir créditos bancários – 51% dos indagados consideram tais operações "perigosas" –, cada vez mais pessoas no país asiático se mostram dispostas a pedir este tipo de empréstimo.

Quanto aos investimentos, 41% dos ricos investiriam em negócios com riscos moderados ou altos para obter maiores lucros, enquanto em Hong Kong esse número é de 37%, e em Cingapura chega a 24%.

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Países pobres e em desenvolvimento, como China, Brasil e Índia, precisam estimular seus mercados domésticos de modo a protegê-los dos efeitos de uma possível recessão econômica nos Estados Unidos, segundo o "Relatório de Comércio e Desenvolvimento – 2007", divulgado ontem pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, na sigla em inglês (Unctad).

Segundo o documento, a economia mundial deverá crescer neste ano 3,4%, contra os 4% registrados em 2006. "Boa parte dessa desaceleração moderada se deve a um desaquecimento na economia dos EUA (...) devido principalmente a uma reversão no mercado imobiliário dos EUA, antes em forte expansão", diz o texto.

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Os países emergentes precisam procurar estimular a demanda interna para evitar grandes perdas caso ocorra uma recessão nos EUA, o que teria efeito severo sobre suas exportações, diz o documento. À China, o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) fez elogios pela iniciativa de elevar os salários dos trabalhadores de baixa qualificação como meio de estimular o mercado doméstico.

A Unctad alerta ainda que uma "contração acentuada" nos preços dos imóveis nos EUA poderia causar um encolhimento expressivo na demanda do consumidor americano, o que afetaria as exportações de países pobres e em desenvolvimento – que têm nos EUA um de seus principais destinos.

"Se a atual desaceleração na economia dos EUA se aprofundar e cair em uma recessão (...) o cenário ficará bastante debilitado", diz o relatório. O consumo nos EUA responde por cerca de 70% de toda a atividade econômica americana.

O déficit na balança comercial dos EUA recuou 1,7% em junho (data da última leitura disponível) na comparação com maio, e ficou em US$ 58,1 bilhões, menor patamar desde fevereiro deste ano, segundo o Departamento do Comércio.

As exportações do país tiveram um aumento de 1,5% em junho, chegando ao recorde de US$ 134,5 bilhões, contra um crescimento de 0,5% nas importações, que chegaram a US$ 192,7 bilhões.

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Os preços das casas nos EUA vêm registrando perdas desde o ano passado, com o fim do período de forte expansão do mercado imobiliário. A agência de classificação de risco Standard & Poor's e a MacroMarkets informaram no mês passado que o índice S&P/Case-Shiller dos preços de casas no país mostrou uma queda de 3,2% nos preços dos imóveis no país no segundo trimestre. Foi a maior queda desde o início da série, em 1987.

Crescimento

A economia mundial manterá sua expansão pelo quinto ano consecutivo em 2007, com um crescimento total da produção estimado em 3,4%, segundo projeções da Unctad divulgadas em seu relatório.

Os países em desenvolvimento, entre eles alguns dos mais pobres, continuarão sendo beneficiados pela forte demanda de produtos básicos. "A tendência positiva registrada na relação de intercâmbio, desde 2003, tem permitido a muitos países em desenvolvimento de todas as regiões melhorar sua balança exterior e seu equilíbrio fiscal e aumentar o investimento em suas economias", destaca o relatório.