A pior crise financeira nos últimos 70 anos eclodiu nos países ricos. Mas agora esses governos cobram, justamente das economias em desenvolvimento, um abandono de políticas de estímulo ao crescimento, elevação de taxas de juros e cortes de gastos. Tudo para permitir que os países ricos, que patinam para sair da crise, evitem a "importação da inflação" e possam apresentar crescimento sustentável.

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A cobrança é feita pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), alertando que a inflação nos países emergentes ameaça a recuperação da economia mundial, mas abrindo um racha entre emergentes e ricos. O BIS (o banco central dos bancos centrais) reúne na Basileia, na Suíça, autoridades monetárias do mundo, entre elas Alexandre Tombini, presidente do BC brasileiro.

A cobrança irritou representantes dos emergentes e alguns ironizaram o alerta como mais uma tentativa de transferir aos mercados em desenvolvimento a responsabilidade por tirar a economia mundial da incerteza. O BIS estima que o impacto da alta nos preços se transformou em uma realidade para a grande maioria dos países emergentes. Mas seu efeito tem ido além, com prejuízos para a recuperação da Europa, dos Estados Unidos e do Japão.

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Dos 21 bancos centrais no mundo que têm metas de inflação, oito já a estouraram, entre eles a zona do euro, o Reino Unido, a Turquia, o Chile e a própria Nova Zelândia, onde a ideia das metas foi criada. Apenas Suíça e Noruega estão com inflação sob o centro da meta.

Para o BIS, os emergentes precisariam tomar duas ações: continuar a elevar os juros e, ao mesmo tempo, cortar os gastos públicos para desaquecer suas economias. No caso do Brasil, a estimativa é a de que o País também terá de seguir com sua política de elevação de taxas de juros e corte de gastos. Mas o BIS optou por destacar o trabalho do BC como um exemplo de autoridade monetária que estaria focada no esforço de reduzir a inflação.