Em debate promovido nesta segunda-feira pelo Conselho Superior de Economia (Cosec) da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o deputado Antonio Palocci (PT-SP), ministro da Fazenda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu o "imposto zero" para investimentos, argumentando que isso não significa perda de renda para o Estado.
O imposto zero para o investimento não é perda de renda para o governo, ao contrário que muita gente pensa. Essa perda é compensada depois com renda propôs Palocci.
Durante o debate a portas fechadas com os integrantes do Cosec, um dos presentes quis saber do ex-ministro por que ele não pôs em prática suas idéias quando era o principal integrante da equipe que conduzia a economia do país.
Não fizemos tudo o que gostaríamos de ter feito. Nem sempre é possível fazer o que quer, o que se acha correto. Mas a pauta avançou bastante justificou.
Durante mais de duas horas de debate, mediado pelo ex-deputado Delfim Neto (PMDB-SP), ministro da Fazenda (1967-1974) no período da ditadura militar, Palocci manteve um tom otimista em relação à economia nacional e defendeu a simplificação do sistema tributário do país como caminho mais curto para se chegar à reforma tão defendida por empresários.
Segundo Palocci, há praticamente uma unanimidade nacional em torno da urgência da reforma tributária, mas não existe consenso em relação a qual imposto reduzir.
A verdade é que não temos consenso nem no governo nem no meio empresarial disse.
Palocci defendeu a simplificação da legislação e afirmou que é muito difícil ter acordos para qualquer mudança tributária.
Em vez da simplificação, a complicação aparentemente traz mais justiça. E com a complicação, todo mundo querendo manter garantias, a reforma vira um monstro afirmou.
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