O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou ontem de "palpiteiros" os bancos internacionais afetados pela crise das hipotecas de alto risco nos Estados Unidos e comparou o sistema financeiro internacional a um cassino. "Bancos muito importantes passaram a vida medindo o risco deste país, como se eles fossem os superinteligentes e nós, os supercoitados. É com muita tristeza que esses palpiteiros estão quebrando, estão entrando em concordata", disse Lula, durante discurso na cerimônia de "batismo" da plataforma P-53, em Rio Grande (RS).

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A livre circulação de capital, declarou o presidente, gerou especulação financeira em vez de riqueza e empregos.

"Algumas pessoas transformaram setores do sistema financeiro em cassino, perderam na roleta e nós não queremos permitir que o Brasil seja uma vítima da jogatina de algumas pessoas que davam palpite sobre tudo", disse Lula.

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O presidente afirmou que o governo já trabalha com a perspectiva de uma recessão nos Estados Unidos, mas que seus efeitos no país tendem a ser menores em virtude da existência de US$ 207 bilhões em reservas internacionais e a diversificação da pauta de exportações brasileiras – hoje, a participação dos EUA na balança comercial do Brasil é menor do que no passado.

"Se fosse há oito anos, como estaria o Brasil com esta crise americana? Certamente nós já estaríamos quebrados."

Não foi a única comparação com o governo anterior. Lula também criticou o programa de privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

"Quase que a Petrobras é privatizada: 62% das ações vendidas. O governo só tem 38% das ações. Ainda bem que não tiraram o direito de o presidente da República indicar o presidente da Petrobras e a diretoria, porque senão seriam indicados na Bolsa de Nova Iorque", afirmou.

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