A bolsa de valores brasileira teve um segundo dia de perdas significativas, em meio ao estresse mundial com as resoluções acerca da dívida irlandesa, em um pano de fundo formado por expectativa de alta no juro chinês e as dúvidas em relação ao futuro do Banco Central brasileiro.

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O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, fechou em queda de 2,41 por cento, aos 67.952 pontos, menor patamar de fechamento desde setembro. Na mínima do dia o índice chegou a cair cerca de 2,7 por cento.

O volume financeiro foi de 6,57 bilhões de reais.

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Não houve uma mudança significativa de panorama em relação à véspera, exceto pelo novo desconforto vindo de um ataque da Coreia do Norte à Coreia do Sul.

Dessa forma, o mercado operou o pregão inteiro no vermelho, aprofundando a queda na parte da tarde após o Federal Reserve anunciar a revisão para baixo de suas projeções, juntamente com sua ata.

"Seguimos com um conjunto de variáveis ruins. A expectativa de alta no juros da China, a economia norte-americana que não deslancha, foco de preocupação na Irlanda com perigo de contágio e o futuro do nosso Banco Central", enumerou Luiz Roberto Monteiro, assessor financeiro da Souza Barros.

"No curto prazo não há expectativa de mudança desse cenário, é um conjunto de variáveis e todo dia surge um fato novo pendendo para a instabilidade", ponderou.

Além do estresse relacionado às negociações para ajuda à Irlanda e o perigo de contágio de outros países da zona do euro, como Portugal, os mercados globais repercutiam a notícia de ataque da Coreia do Norte contra a Coreia do Sul.

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Com um cenário preenchido por fatores de instabilidade, o mercado em Wall Street também tinha viés de queda, com dados ainda insatisfatórios de PIB dos Estados Unidos e uma ata do Fed que tampouco conseguiu animar os investidores.

O Departamento de Comércio informou que a economia dos EUA cresceu 2,5 por cento no terceiro trimestre, e o Fed revisou para baixo suas previsões de crescimento econômico no próximo ano, passando a ver o desemprego em níveis significativamente mais altos do que estimava nas últimas previsões oficiais em junho.

O Dow Jones fechou em queda de 1,27 por cento, a 11.036 pontos, e o Nasdaq perdeu 1,46 por cento, aos 2.494 pontos.

No cenário doméstico já especula-se os possíveis rumos do Banco Central, com notícias de que o diretor de Normas do BC, Alexandre Tombini, substituirá Henrique Meirelles na presidência da instituição no governo Dilma Rousseff.

No Ibovespa o setor de construção novamente amargou as piores quedas. A PDG terminou em baixa de 5,53 por cento, para 10,07 reais, maior perda do índice, enquanto que a MRV recuou 5,36 por cento, a 16,23 reais e a Rossi se desvalorizou 4,61 por cento, em 14,07 reais.

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Em termos de volume as ações preferenciais da Petrobras foram as mais negociadas, recuando 1,64 por cento, para 24,65 reais, ao passo que as ações ordinárias cederam 0,98 por cento, para 27,33 reais. Os papéis preferenciais da Vale terminaram em baixa de 2,23 por cento, a 48,20 reais, enquanto que os ordinários caíram 2,53 por cento, para 53,90 reais.

Poucos papéis fecharam em alta, sendo a mais expressiva a da B2W, que subiu 0,72 por cento, para 32 reais.