O uso do preço da unidade do pão francês é tradicionalmente um chamariz de venda de padarias e supermercados. Entretanto, a partir desta sexta-feira (20),o produto terá de ser vendido por quilo. Quem ganha com isso é o consumidor, que passa a pagar exatamente pelo que compra.
A unidade do pãozinho custava em média R$ 0,30, até quinta-feira (19), quando o produto ainda podia ser vendido por unidade. Entretanto, não raramente, promoções oferecendo o pão francês a R$ 0,25 ou R$ 0,20 apareciam, tentando atrair a atenção do consumidor.
Entretanto, como aponta o economista e colaborador do G1 Luiz Carlos Ewald, as promoções nem sempre eram honestas. Apesar das regras oficiais do Inmetro para o peso do pãozinho francês exigirem que cada unidade pese 50 gramas, não havia muita fiscalização sobre isso e, por isso, o comprador muitas vezes era lesado. "Quando o pão de R$ 0,30 tinha 50 gramas e o de R$ 0,25 tinha só 40 gramas, a economia acabava sendo zero", diz Ewald.
Transparência
A venda a peso vem para eliminar esse problema. Como o pão francês tem 50 gramas, e custava até quinta-feira R$ 0,30 por unidade, espera-se que o produto passe a ser vendido por R$ 6 o quilo. Qualquer venda abaixo deste valor pode ser considerada uma promoção.
A partir desta sexta-feira (20), porém, as ofertas passarão a ser verdadeiras. Afinal, um quilo de pão é um quilo de pão, não importanto muito o número de unidades contidas neste peso. O dinheiro do consumidor fica, assim, protegido.
O economista Fabiano Calil vê a mudança como mais um passo na evolução dos direitos do consumidor no Brasil. "É um movimento que começou há 20 anos, com as fiscais do Sarney, passou pelo conteúdo de produtos nos supermercados e chegou até os bancos, com o Código do Consumidor Bancário", explica. "É preciso que o brasileiro realmente vá atrás de seus direitos."
Leia mais G1
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast