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Pão de Açúcar ainda busca aquisições após consolidar Assai

O grupo Pão de Açúcar segue atento a oportunidades de aquisições, apesar de ter retornado ao topo do varejo brasileiro com a compra recente da rede de eletroeletrônicos Ponto Frio e de reforçar investimentos no segmento de "atacarejo" com a consolidação das lojas do Assai.

"Sabíamos que a crise global traria grandes oportunidades e montamos um grupo de fusões e aquisições no final do ano passado. Há outras oportunidades, bons negócios para nós", afirmou o vice-presidente financeiro do Pão de Açúcar, Enéas Pestana, nesta segunda-feira.

O Pão de Açúcar anunciou na noite de sexta-feira a compra dos 40 por cento que ainda não detinha do Assai por 175 milhões de reais. Pestana evitou comentar se o grupo pretende adquirir outra rede de atacarejo, mas afirmou que oportunidades existem "em todos os segmentos".

O Pão de Açúcar, que comprou 60 por cento da rede de supermercados paulista especializada em pequenos comerciantes no fim de 2007, por cerca de 207 milhões de reais, planeja dobrar o número de lojas do formato nos próximos 18 meses, abrindo cerca de 30 novas unidades no país.

A maior parte dessas lojas deve resultar de conversões de atuais lojas do grupo que apresentem baixo desempenho e a prioridade é a região Nordeste, afirmou Pestana.

Atualmente, há 32 lojas Assai, a maioria delas na região metropolitana de São Paulo. Para este ano, a empresa quer abrir cerca de 10 lojas Assai.

Os recursos para essa expansão já estão contemplados no plano de investimentos de até 1,3 bilhão de reais do Pão de Açúcar em 2009.

Pestana não foi preciso ao comentar o gasto com a abertura dos novos pontos Assai, mas comentou que no caso de novas lojas o custo por unidade gira entre 8 milhões a 10 milhões de reais. Para conversões, o investimento é de 5 milhões a 6 milhões de reais.

Segundo o executivo, se o Pão de Açúcar não tivesse comprado o Ponto Frio, a participação do Assai no faturamento do grupo no ano seria de cerca de 10 por cento. "Mas após a aquisição esse percentual certamente vai cair."

Apesar de admitir a possibilidade de a rede Assai pressionar a margem Ebitda consolidada do grupo, Pestana lembrou que o portfólio de negócios da companhia está passando por uma transformação, crescendo em diferentes segmentos onde historicamente não operava.

"(O atacarejo) é uma operação muito rentável, com retornos até superiores a muitos formatos que nós temos. Isso contribui com a geração de caixa, a despeito do impacto na margem."

Segundo o vice-presidente do Pão de Açúcar encarregado pela incorporação do Assai ao grupo, José Roberto Tambasco, a margem Ebitda do Assai é de 4 por cento, nível que não deve se beneficiar muito de sinergias geradas pela consolidação da rede.

Isso porque, segundo Tambasco, as economias de custos serão aproveitadas pelo grupo para intensificar a competitividade em preço das lojas do Assai.

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