Novo acordo
A Casas Bahia e o grupo Pão de Açúcar acertaram divergências para realizar a fusão.
Aporte
O Pão de Açúcar cedeu às exigências da família Klein, dona das Casas Bahia, e fez um aporte de R$ 690 milhões na formação da sociedade, a Globex.
Poder de veto
O grupo controlado por Abílio Diniz também aceitou incluir cláusulas que dão mais poder à família Klein (como a possibilidade de veto em decisões cruciais do conselho).
Venda
As regras para que as duas partes deixem a sociedade tornaram-se as mesmas.
União
Na formação da Globex, o Pão de Açúcar entra com Ponto Frio e Extra Eletro e mais um aporte de R$ 690 milhões; as Casas Bahia entram com ativos e passivos operacionais, incluindo 25% da fábrica de móveis Bartira.
Oferta de ações
As ações não poderão ser vendidas ou transferidas durante dois anos a partir da assinatura do acordo, exceto no caso de oferta pública de ações.
Aluguéis
Durante os três primeiros anos, o valor dos aluguéis pagos às Casas Bahia somará R$ 140 milhões anuais. A partir do quarto ano, o aluguel dos imóveis onde estão as lojas será reajustado pela inflação.
Depois de três meses de negociação, o Grupo Pão de Açúcar e a família Klein chegaram a um acordo em relação ao contrato de fusão das operações das redes Ponto Frio e Casas Bahia, anunciado em dezembro. Cedendo às demandas dos Klein, controladores da Casas Bahia, o Pão de Açúcar concordou em fazer um aporte de R$ 689,8 milhões na nova sociedade, chamada Globex, após uma reavaliação do valor dos ativos e passivos dos dois grupos."Foi uma negociação dura, ex-tensa e desgastante", disse o presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abílio Diniz. A família Klein também conseguiu melhorar as regras do acordo de acionistas. Apesar de minoritários na nova sociedade, os Klein ganharam poder de veto em decisões cruciais do conselho, como fusões e aquisições ou aportes de capital que possam vir a diluir suas participações acionárias.
Outra demanda dos Klein atendida está relacionada às regras de saída do negócio. Agora, nenhuma das partes poderá sair antes de 24 meses, a não ser por meio de uma oferta pública de ações, de papéis primários e secundários. No contrato original, o Pão de Açúcar só poderia sair após três anos. E os Klein só poderiam começar a vender a partir de um ano, mas dentro do limite de 29% no prazo de quatro anos. O novo acordo estabelece que qualquer parte poderá fazer a oferta de ações a partir do 11.º mês da assinatura do contrato.
Controle
O Pão de Açúcar, que entra na sociedade com as redes Ponto Frio e Extra Eletro, mantém o controle do novo negócio, com 53% de participação (contra 51% na primeira versão do acordo). A Casas Bahia fica com uma participação menor do que na primeira versão do acordo (47%, contra 49%), mas seus ativos agora valem mais.
O aumento foi de R$ 1,29 bilhão para R$ 1,47 bilhão. A diferença se explica pelo critério de análise. Inicialmente, usou-se o critério de valor de mercado. Agora utilizou-se o valor contábil.
"Perfeito e acabado"
Diniz classificou o contrato original de "perfeito e acabado", mas disse que a decisão de concordar com a renegociação foi acertada. "Perdemos muito tempo, mas acho que fizemos certo", afirmou. Raphael Klein, neto do fundador da Casas Bahia Samuel Klein e agora presidente executivo da Globex, declarou: "Estamos tranquilos com essa associação. Perdemos tempo, mas vamos recuperar".
O novo contrato também estabelece novas regras para a Nova.com, empresa que reúne os sites de e-commerce de Ponto Frio, Casas Bahia e Extra. A empresa ganha mais musculatura, ao incorporar uma operação de atacado do Pão de Açúcar, o E-hub, e teve sua estrutura acionária alterada.
Antes, o Pão de Açúcar detinha 83% e a Casas Bahia, 17%. Agora a Globex é que virou o maior acionista, com 50,1%, e o Pão de Açúcar ficou com 43,9%. "Existe uma interação muito grande de on-line com lojas físicas e essa nova estrutura acionária é para que não haja conflitos de interesses", disse o presidente do Pão de Açúcar, Enéas Pestana.
A associação com as Casas Bahia transforma o Pão de Açúcar na quinta maior empresa do país em faturamento bruto, com R$ 40 bilhões. E a maior em número de funcionários: 137 mil, de acordo com números divulgados em dezembro. A operação depende ainda da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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