O Grupo Pão de Açúcar deve investir 25 por cento menos que o previsto neste ano, mas a companhia diz que isso não terá impacto sobre seu plano estratégico.

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"A redução (do investimento) pode ser por alguma dificuldade para cumprir cronograma de obras e aquisição de terrenos", disse o diretor financeiro do Pão de Açúcar, José Antônio Filippo, a jornalistas nesta quarta-feira.

De janeiro a junho, a maior varejista do país investiu 389,4 milhões de reais na construção, reforma e conversão de lojas, aquisição de terrenos e infraestrutura.

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"Existe expectativa de que tenhamos total de investimentos no ano menor que o 'guidance' (de 1,6 bilhão de reais)", afirmou Filippo. Segundo ele, no segundo semestre devem ser desembolsados cerca de 800 milhões de reais, totalizando perto de 1,2 bilhão de reais em 2010.

O executivo disse, contudo, que o plano de expansão da companhia não será comprometido. O grupo mantém a estimativa de abertura de 100 lojas até o final de 2010. Até junho, foram inauguradas 24 unidades, resultando em um saldo de 76 novas lojas a ser cumprido. Nos últimos 12 meses, o Pão de Açúcar inaugurou 62 unidades no país.

"Temos estoque de terrenos para abertura de lojas, não precisaríamos adquirir... O segundo semestre já considera tradicionalmente mais abertura de lojas."

Mais cedo, em teleconferência com analistas, o presidente-executivo do grupo, Enéas Pestana, considerou ser prematuro reavaliar a meta anual de abertura de lojas, mas destacou a dificuldade enfrentada pela empresa para encontrar localizações adequadas.

"Não vamos fazer aberturas só por fazer... Com aquecimento do mercado, fica mais difícil achar pontos bem localizados", afirmou Pestana.

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Lucro menor

O Pão de Açúcar registrou lucro líquido de 62,3 milhões de reais no segundo trimestre, incluindo as operações da rede Ponto Frio, ante resultado consolidado um ano antes de 131,7 milhões de reais, quando os números das lojas da cadeia de eletrodomésticos não fizeram parte do balanço.

Em bases comparáveis, o lucro do grupo foi de 82,5 milhões de reais de abril a junho, uma queda de 37,4 por cento na comparação anual. De acordo com a varejista, a queda foi decorrente da adesão ao parcelamento de impostos no valor de 40,8 milhões de reais. Se excluído esse efeito extraordinário, o lucro trimestral teria sido de 103,1 milhões de reais.

A média das estimativas de cinco analistas obtidas pela Reuters apontava para lucro líquido de 147 milhões de reais para o Pão de Açúcar no segundo trimestre.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa atingiu 394,9 milhões de reais no segundo trimestre, com margem de 5,7 por cento.

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Já as vendas líquidas totalizaram 6,98 bilhões de reais no trimestre encerrado em junho, aumento de 39,6 por cento na comparação anual. As despesas operacionais cresceram 12,6 por cento ano a ano, somando 1,038 bilhão de reais.

Os resultados divulgados nesta quarta-feira não incluem os números de Casas Bahia, adquirida pelo Pão de Açúcar em dezembro. Após passar por um processo de revisão, o acordo de fusão foi retomado há cerca de um mês.

Conforme Filippo, os números da Casas Bahia, assim como as sinergias que serão capturadas, serão conhecidos em meados de setembro. Já os resultados da nova companhia resultante serão apresentados no demonstrativo do quarto trimestre de 2010.

As ações do Pão de Açúcar exibiam forte baixa. Às 16h13, as ações da varejista na bolsa paulista caíam 5,54 por cento, a 60,31 reais, enquanto o Ibovespa operava praticamente estável.

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