As ações mais conhecidas do público brasileiro – da Petrobrás e da Vale do Rio Doce, que no ano passado puderam ser adquiridas com dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – tiveram desempenhos diferentes durante a semana. Enquanto as ações da petroleira avançaram 3,05%, os papéis da Vale reverteram na sexta-feira as altas anteriores e fecharam a semana com queda de 0,54%. No acumulado do ano, entretanto, as duas empresas registram valorização: as ações da Petrobrás subiram pouco mais de 19% e as da Vale, 11%.

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A petroleira continua se beneficiando das altas cotações do óleo no mercado internacional, que se aproximam da casa dos US$ 70 por barril – e que não têm perspectivas de ficar muito abaixo disso ao longo do ano. A companhia mineradora, enquanto isso, reivindica junto aos clientes estrangeiros que o reajuste anual de seu principal produto, o minério de ferro, fique em cerca de 24% – muitos analistas acreditam que o aumento ficará em 15%, o que já não seria pouco. Além disso, a demanda pelo produto segue muito forte, especialmente na China.

Outras ações consideradas "populares", as do fundo Papéis do Índice Brasil Bovespa (PIBB) – que variam conforme o desempenho das 50 ações mais negociadas da Bolsa –, também tiveram bom desempenho: subiram 2,21% na semana e 16,23% desde o início do ano. O PIBB, cujo segundo lote foi ofertado em outubro de 2005, conta com algumas garantias do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – como a possibilidade de revender os papéis ao BNDES dentro de um ano pelo mesmo valor da aquisição, ainda que eles tenham se desvalorizado.

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Perspectiva

Os seguidos recordes batidos pela Bovespa em 2006 – foram 17 desde janeiro – poderiam sugerir que o período de alta das ações se aproxima do fim. Mas não é isso o que, de modo geral, o mercado espera. "A estimativa média dos analistas é de que o Ibovespa vai chegar ao fim do ano em 41 mil pontos, frente aos quase 39 mil de hoje", diz Rogério Garrido, estrategista da corretora Omar Camargo. "Eu acredito em 41 mil pontos até setembro. Depois, temos que esperar o que vai dar nas eleições."

Segundo Garrido, o mercado vê a disputa eleitoral com serenidade, visto que a tendência é de polarização entre PT e PSDB. Nesse cenário, não importa quem vença, acredita-se que a economia seguirá em equilíbrio. "Mas, mesmo assim, as projeções vão mudar um pouco dependendo de quem for eleito. Os investidores vão analisar se ele poderá ter um perfil mais conservador ou mais desenvolvimentista, e assim por diante", conclui o economista, que adverte: nada impede alguns solavancos antes mesmo de setembro, até porque a bolsa brasileira segue muito influenciada pelas internacionais, especialmente a de Nova Iorque.