Os preços do petróleo podem já ter atingido o fundo do poço, pois o retorno do Irã aos mercados foi menos agressivo do que o país afirmava que seria e em meio a sinais de que a oferta dos produtores de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está diminuindo, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em seu relatório mensal, a AIE destacou que a considerável recuperação dos preços do petróleo nas últimas semanas não deve ser “tomada como sinal definitivo de que o pior necessariamente já passou”. “Mesmo assim, existem sinais de que os preços podem já ter atingido o fundo do poço”, acrescentou.
No Brasil, a queda no preço do petróleo não chegou ao consumidor, já que a Petrobras precisa manter altos os preços da gasolina e do diesel para recompor seu caixa.
A produção de petróleo bruto da Opep caiu 90 mil barris por dia em fevereiro, para 32,61 milhões de barris por dia, com menor produção do Iraque, da Nigéria e dos Emirados Árabes Unidos, afirmou a AIE. As perdas foram parcialmente contrabalançadas por um aumento de 220 mil barris por dia na produção do Irã, que alcançou a máxima em quatro anos de 3,22 milhões de barris por dia no mês passado.
“O retorno do Irã ao mercado tem sido menos dramático do que os iranianos disseram que seria (...) parece que o retorno do Irã será gradual”, comentou a agência.
O maior exportador de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, teve aumento na produção para 10,23 milhões de barris por dia em fevereiro, de 10,21 milhões de barris por dia em janeiro.
A oferta de países de fora da Opep diminuiu 90 mil barris por dia em fevereiro, para 57,1 milhões de barris por dia, e deverá cair 750 mil barris por dia neste ano, segundo a AIE. A produção total de petróleo dos EUA deverá recuar quase 530 mil barris por dia neste ano, para 12,4 milhões de barris por dia.
Outro fator que atualmente sustenta os preços do petróleo é uma possível ação dos principais países para controlar a produção, afirmou a AIE. No mês passado, os ministros de Energia da Arábia Saudita e da Rússia - os dois maiores exportadores do mundo - concordaram com Catar e Venezuela sobre um congelamento da produção nos níveis de janeiro se outros produtores fizerem o mesmo, em meio à crescente pressão por medidas que contenham a queda dos preços da commodity.
Teerã até agora rejeitou congelar sua produção nos níveis de janeiro, que, segundo fontes da Opep, foi de 2,93 milhões de barris por dia, e repetidamente afirmou que planeja para aumentar sua produção aos níveis anteriores à sanções sofridas de países do Ocidente.
A AIE, no entanto, disse que é improvável que um acordo afete o equilíbrio entre oferta e demanda substancialmente no primeiro semestre deste ano. A agência prevê que a demanda global por petróleo em 2016 crescerá 1,2 milhão de barris por dia.
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