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O vice-presidente José Alencar disse ontem em Curitiba que o problema do câmbio baixo que tanto aflige o setor elétrico e eletrônico, com importações em alta e exportações em queda, só requer o ajuste da taxa de juros. "Só tem um problema a resolver para que o câmbio caia no devido lugar: que as taxas de juros sejam de mercado internacional. Nesse dia teremos o dólar em seu patamar correto", diz. Ele salienta, no entanto, que o governo não quer interferir no câmbio flutuante. "A economia tem que funcionar com base em suas forças."

Alencar esteve em Curitiba na segunda-feira à noite para a posse do presidente reeleito da Federação das Indústrias do estado, Rodrigo Rocha Loures, que, apoiado pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu o setor industrial.

Ambos criticaram entraves ao crescimento, como a falta de investimento em oferta de energia elétrica e alta carga tributária. "Estou convencido de que a sociedade não suporta mais aumento de carga. Quanto à CPMF, o governo pder a oportunidade de reduzi-la no momento em que o país cresce e deveria desonerar a economia", disse Monteiro Neto.

A proposta da CNI é de redução gradual do "imposto do cheque", com alíquota passando de 0,38% para 0,20%. "O país perderia R$ 18 bilhões em arrecadação, mas o aumento real da receita com o crescimento da economia compensaria."

Além do governo federal, o presidente da Fiep alfinetou o governador Roberto Requião, que não compareceu à cerimônia de posse nem enviou representante. Nem mesmo o secretário da Indústria e Comércio, Vírgilio Moreira Filho, primeiro vice-presidente do mandato anterior, esteva presente.

Aliados na primeira eleição de Loures, em 2003, desta vez Requião apoiou a chapa concorrente, do industrial Álvaro Scheffer. "A relação com o governo do estado é desejável, mas nós temos que funcionar em qualquer circunstância. A indústria paranaense vai crescer de uma forma ou de outra", disse Loures, ao classificar o ambiente institucional paranaense de "hostil".

Em seu discurso, durante a posse, o prefeito de Curitiba Beto Richa recebeu aplausos quando criticou Requião, dizendo que Deus lhe ajuda "a ter paciência no momento em que parcerias fundamentais para o bem-estar da população lamentavelmente não funcionam".(HC)

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