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política monetária

Para analistas, Tombini se fortalece no cargo

Tombini: criticado pelo mercado, elogiado pelo governo. | Lionel Bonaventure/AFP
Tombini: criticado pelo mercado, elogiado pelo governo. (Foto: Lionel Bonaventure/AFP)

O ruído gerado pela guinada na comunicação do Banco Central horas antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que decidiu pela manutenção da taxa de juros em 14,25% ao ano arranhou a credibilidade da instituição, mas não deve se traduzir em enfraquecimento do presidente Alexandre Tombini no cargo, nem levar a divisões irreparáveis na diretoria do BC, segundo analistas.

A comunicação inusitada de Tombini – na terça-feira pela manhã, ele soltou uma carta dizendo que a forte deterioração das previsões do FMI em relação à economia brasileira seria levada em conta pelo Copom – foi mal recebida e encarada como resultado de interferência externa.

A deterioração da imagem do banqueiro central no mercado não deve ser interpretada, porém, como fragilidade dele no cargo, alertam especialistas. O economista-chefe da Garde Asset Investimentos, Daniel Weeks, considera que o episódio abala a imagem do Banco Central, mas não de seu presidente. “Politicamente, o Tombini está forte, já que ele fez o que a base de sustentação do governo queria”, disse.

Thais Zara, economista-chefe da Rosenberg Associados, também descarta a possibilidade de troca de comando na autoridade monetária. “Ele acabou de ser nomeado presidente do Comitê Permanente de Orçamento e Recursos do FSB (Financial Stability Board). Isso é um indicativo sério de que, perante o governo, ele não está enfraquecido”, destacou.

A reportagem apurou também que, internamente, apesar de a decisão do Copom não ter sido unânime, o clima na diretoria do BC é de coesão. Quando um ou outro integrante é levado a falar sobre divergências entre os diretores, a resposta comum é que as diferenças ficam restritas ao campo das ideias.

Câmbio

A mudança de rota do Banco Central fez com que o dólar fechasse em alta nesta quinta-feira (21). O dólar à vista, referência do mercado financeiro, fechou em alta de 0,60%, cotado a R$ 4,147. O dólar comercial, utilizado no comércio exterior, se valorizou em 1,5%, a R$ 4,166.

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